terça-feira, 30 de abril de 2013

HIPERTIREOIDISMO, HIPOTIREOIDISMO FELINO

Hipertireoidismo Felino; Tireotoxicose Felina
Animais Afetados
 
Esta é uma enfermidade comum em gatos idosos, ocorrendo em animais com média de 13 anos de idade, porém podendo acontecer em animais entre quatro e 20 anos de idade. Gatos de todas as raças e de ambos os sexos podem ser afetados
Visão Geral
O hipertireoidismo felino é a alteração hormonal mais comum em gatos, ocorrendo principalmente em animais idosos. Esta enfermidade afeta vários órgãos devido ao excesso de hormônio tireoidiano que acelera o metabolismo. Devido a este excesso hormonal, o metabolismo do felino funciona de forma acelerada que os órgãos não podem suportar. Como resultado, podem surgir problemas cardíacos, gastrintestinais e renais, hiperatividade, perda de peso e aumento do apetite que são sinais clássicos desta enfermidade.

Exames laboratoriais podem diagnosticar o hipertireoidismo, que pode ser tratado com sucesso através de cirurgia, uso de medicamentos ou terapia com iodo radioativo. Animais com alterações mais severas podem não responder bem ao tratamento.


Sinais Clínicos
Os sinais clínicos do hipertireoidismo são nítidos, sob a forma de um aumento do metabolismo geral,afetando vários órgãos. Na maioria dos casos aparecem sintomas como perda de peso, polifagia, hiperatividade, pelagem alterada,alopecia, vômitos, diarréia, poliúria, polidipsia e agressividade. Menos de 10 por cento dos felinos apresentarão sinais atípicos tais como perda de apetite, anorexia, letargia e fraqueza. Achados no exame físico incluem aumento da glândula tireóide, caquexia, sopros cardíacos, taquicardia e alterações comportamentais com sinais de hiperatividade.

Sintomas
Os sintomas mais comuns que são notados pela maioria dos proprietários são perda de peso, aumento do apetite e hiperatividade. Outros sintomas são vômitos, problemas na pelagem, áreas de alopécia, aumento na ingestão de água e no volume urinário.

Descrição
O Hipertiroidismo é a enfermidade hormonal mais comumente encontrada em felinos. Em geral, atinge animais com mais de 8 anos de idade, é uma enfermidade metabólica que atinge vários órgãos, causada pela circulação de altas taxas de hormônios tireoidianos. Em consequência disso, o metabolismo passa a funcionar de maneira acelerada o que pode levar ao mal funcionamento de diversos órgãos. Geralmente, gatos que desenvolvem esta enfermidade apresentam nódulos benignos na glândula tireóide que causam a hiperfunção, sendo mais raros os casos de tumores malignos serem os causadores da hiperfunção glandular. Os níveis elevados de hormônios tireoidianos associados a essa enfermidade fazem com que o organismo funcione em ritmo muito mais acelerado do que o normal. Os hormônios tireoidianos afetam os sistemas músculo-esquelético, cardiovascular, gastrointestinal, hepático, urinário, nervoso e a área comportamental do animal. As complicações mais comuns decorrentes do hipertireoidismo são espessamento do músculo cardíaco, aumento da pressão arterial, alterações no funcionamento renal e problemas intestinais.

Diagnóstico
Muitas outras enfermidades, tais como a insuficiência renal crônica, doenças hepáticas e câncer podem apresentar sintomatologia semelhante ao hipertireoidismo. Um exame físico detalhado, uma anamnese bem feita e exames laboratoriais com hemograma completo, dosagem hormonal de T4, uréia , creatinina, transaminases e EAS podem fechar o diagnóstico para hipertireoidismo na maioria dos casos. Gatos com sintomas iniciais de hipertireoidismo podem apresentar T4 ainda em níveis normais, o que pode tornar o diagnóstico correto um pouco mais difícil. Devido a essa flutuação hormonal, os animais suspeitos de hipertireoidismo devem ter os níveis de T4 reavaliados após 2 semanas. Em alguns casos se faz necessário exames hormonais mais complexos.

Prognóstico
O prognóstico para casos não complicados é excelente.Se as condições físicas do animal não forem boas ou se houver alguma outra enfermidade concomitante, o prognóstico não será tão bom e ira depender da resposta ao tratamento. Se a origem do hipertireoidismo for algum tipo de câncer, o tratamento cirúrgico e a base de iodo radioativo podem melhorar a sintomatologia por algum tempo, mas não irão curar a enfermidade.

Transmissão ou causa
A principal causa de hipertireoidismo em felinos é a presença de nódulos hiperativos na tireóide. Raramente tumores malignos na tireóide levam a sintomas de hipertireoidismo. Não se conhece nenhum fator de risco além do envelhecimento.

Tratamento
O tratamento do hipertireoidismo geralmente é eficiente e compensador. O objetivo do tratamento é diminuir os níveis de hormônios tireoidianos circulantes. Existem três opções de tratamento do hipertireoidismo: Medicamentos de administração diária, remoção cirúrgica do tecido glandular e tratamentos com iodo radioativo. Das três opções, apenas a cirurgia e a aplicação de iodo radioativo levam a cura.

O uso de medicamentos apenas mantém a enfermidade sob controle. Antes de se tentar tratamentos mais agressivos, a maioria dos felinos recebe um tratamento a base de metimazole para baixar os níveis sanguíneos dos hormônios da tireóide. Descartar a possibilidade do animal estar sofrendo de insuficiência renal é muito importante antes de se proceder com a cirurgia ou tratamento com iodo radioativo, já que a correção definitiva do problema pode agravar problemas renais já existentes.

O medicamento mais comumente utilizado em felinos é o metimazole. A maioria dos gatos reage bem à medicação tomada duas vezes ao dia. Inicia-se a medicação em dosagens pequenas e aumenta-se gradualmente até chegar a dosagem mais eficiente que pode variar individualmente. Pequenos efeitos colaterais podem ocorrer tais como perda do apetite, vômitos e letargia. Alguns efeitos colaterais raros incluem coceiras até causar lesões na face e pescoço, baixa na contagem de plaquetas problemas hemorrágicos. Essas complicações geralmente aparecem nas primeiras semanas de tratamento e é necessário parar com a medicação. Entre em contato com seu médico veterinário se o seu gato estiver tomando este medicamento e apresentar algum efeito colateral.

A terapia medicamentosa requer exames regulares por seu médico veterinário nos primeiros três meses. Exames físicos são feitos a cada duas ou três semanas, buscando sinais de melhora do quadro de hipertireoidismo, especialmente dos sintomas cardíacos, dos efeitos colaterais e melhora da concentração hormonal. Alguns proprietários preferem usar a terapia medicamentosa com metimazole por longo tempo se o animal responder bem ao tratamento e não apresentar efeitos colaterais ou resistência ao medicamento. A tireoidectomia é a remoção cirúrgica da glândula tireóide.

Quando bem sucedida, a cirurgia corrige o problema definitivamente, a menos que haja um câncer na tireóide ou que seja removida apenas uma glândula e a outra continue hiperativa. Pode ser utilizada alguma droga antitireoidiana como tentativa antes da opção cirúrgica para reduzir os riscos da anestesia e da cirurgia e para descartar a insuficiência renal. Existem algumas complicações pós-operatórias que raramente ocorrem quando a cirurgia é feita por um médico veterinário experiente. Entre elas estão baixas dos níveis de cálcio devido à retirada ou lesão das glândulas para-tireóides, paralisias da laringe devido à lesão do nervo recorrente da laringe e hipotireoidismo permanente que necessitará de reposição hormonal para o resto da vida do animal.

O tratamento com Iodo Radioativo é feito através de injeções, tem poucas complicações e efeitos colaterais e é geralmente muito eficiente na cura do hipertireoidismo. Porém é difícil encontrar um médico veterinário que tenha os equipamentos necessários e siga todas as normas de segurança e exigências devido ao controle de radioatividade necessário. O iodo radioativo destrói apenas as células ativas da tireóide.As células que estiverem inativas, posteriormente poderão voltar a produzir hormônios e o gato não necessitará de reposição hormonal.

Prevenção
Não existem medidas para prevenir o hipertireoidismo. Sempre que seu gato esteja com sintomas diferentes da normalidade leve-o para uma consulta com seu médico veterinário

 

Hipotireoidismo
 
 
O hipotireoidismo é uma doença de grande incidência em cães, porém pouco comum em gatos. A glândula tireóide possui uma série de funções, sendo mais conhecida devido a sua capacidade de regulação do metabolismo.

O hipotireoidismo ocorre, quando a glândula tireóide passa a não produzir a quantidade necessária de hormônio. A doença gera uma série de diferentes sintomas que podem estar relacionados à outras doenças. Suspeita-se de hipotireoidismo, quando o animal apresenta sintomas de obesidade, ganho de peso excessivo e rápido, alopecia (queda de pêlos) e problemas de pele, sendo a maioria desses sintomas em conjunto.

O hipotireoidismo é facilmente diagnosticável através de dosagens de T3 e T4 no sangue. A maioria dos cães que sofrem da doença, respondem prontamente ao tratamento com hormônios sintéticos (ex: Soloxine). Muitos animais possuem baixos níveis de hormônios T3 e T4 na circulação, e por anos ficam sem um diagnóstico. Se o seu animal sofre de problemas crônicos e recorrentes de pele, ele pode estar sofrendo de hipotireoidismo.


Quais são as causas do hipotireoidismo? O hipotireoidismo surge quando há uma diminuição da produção dos hormônios da tireóide ou mesmo quando a tireóide cessa a produção de hormônios por completo. A produção de hormônios da tireóide sofre influência da hipófise (pituitária), do hipotálamo e da própria tireóide.

O hipotireoidismo pode ocorrer sempre que houver algum distúrbio no eixo hipotálamo-hipófise-tireóide, porém mais de 95% dos casos ocorre devido a uma destruição da glândula tireóide. 50% dos casos em que há destruição da glândula tireóide em cães, estão relacionados à doenças auto imunes, em que o próprio organismo mata as células da tireóide. Os outros 50% são causados por atrofia do tecido da glândula tireóide e conseqüente infiltração de tecido gorduroso na glândula. A causa desta atrofia e substituição por tecido gorduroso ainda é desconhecida.


Que animais podem desenvolver o hipotireoidismo ? Apesar de o aparecimento dos sinais clínicos ser variável, o hipotireoidismo afeta geralmente animais de meia-idade, entre 4 e 10 anos. A doença afeta mais animais de porte médio e grande, sendo muito raros os casos em cães de porte pequeno e miniaturas. Algumas raças parecem ser mais predispostas à doença tais como Golden retriever, Doberman , Setter, Schnauzer, Dachshund, Cocker spaniel, e Airedale terrier. O Pastor Alemão e cães mestiços são menos afetados pelo hipotireoidismo. Aparentemente não existe uma incidência maior em machos ou fêmeas, porém fêmeas castradas (Pan-histerectomizadas) parecem sofrer maior incidência da enfermidade do que fêmeas inteiras.
 
Quais são os principais sintomas da doença? Os hormônios da tireóide são necessários para o funcionamento normal do metabolismo celular. Uma deficiência de hormônios da tireóide afetará o metabolismo de todos os órgãos e sistemas. Conseqüentemente, a sintomatologia apresentada será muito variável e inespecífica. Não existe um sintoma patognomônico que defina e diagnostique a doença.

Porém, há uma série de sintomas que quando apresentados em conjunto, fazem com que o médico veterinário desconfie de hipotireoidismo e proceda com os exames necessários. Estudos feitos com cães que sofrem da doença mostrou os seguintes dados relativos à variedade e freqüência de sintomas encontrados nos casos confirmados.


Sinais clínicos Percentual de animais que apresentam sintomas
Letargia 70
Queda de pêlos 65
Aumento de peso/ obesidade 60
Pelagem ressecada / troca de pêlos excessiva 60
Hiper-pigmentação da pele 25
O cão fica friorento (sente muito frio) 15
Diminuição do ritmo cardíaco 10
Aumento da taxa de colesterol 80
Anemia 50


Como se diagnostica o hipotireoidismo? Existem várias maneiras de se diagnosticar o hipotireoidismo em cães. O método escolhido vai depender dos sintomas apresentados e da disponibilidade e facilidade de obtenção de outros métodos pelo seu médico veterinário.
Dosagem de T4 O método mais comum é o de dosagem do nível de T4 no sangue. Após coletar uma amostra de sangue, determina-se o nível de T4 através de rádioimunoensaio. O T4 é produzido apenas pela glândula tireóide e cães afetados apresentarão uma baixa taxa de T4 no sangue. Porém, existem outras patologias que podem causar uma queda de T4 no sangue também. Se este exame der positivo, outros exames mais específicos deverão ser feitos para confirmar o hipotireoidismo.
Dosagem de T3 Outro método bastante utilizado é a dosagem de T3. O T3 é uma outra forma de hormônio produzido pela tireóide e encontrado no sangue. Este teste não é tão acurado quanto o do T4, pois em casos de hipotireoidismo iniciais, o T3 poderá se apresentar normal enquanto o T4 estará baixo. por esse motivo, a dosagem de T3 deverá ser feita em conjunto com o T4 e/ou a dosagem de TSH.
Dosagem de TSH A dosagem de TSH é o método mais eficiente para se diagnosticar o hipotireoidismo em cães. Se o cão apresentar uma baixa nos níveis de T3 e T4, o teste de TSH servirá para confirmar o diagnóstico de hipotireoidismo. Uma pequena dose de TSH (Thyroid Stimulating Hormone) será injetada na veia do animal. Após 6 horas, coleta-se sangue para checar o nível de T4. Um cão que não sofra de e hipotireoidismo e que esteja com T4 baixo por algum outro problema, apresentará uma dosagem alta de T4 após a injeção de TSH. Um cão que esteja realmente com hipotireoidismo não apresentará um aumento de T4 após essa injeção de TSH.

Como eu mencionei anteriormente, 95% dos problemas de tireóide são causados pela destruição ou perda da função da glândula tireóide. Se houver suspeita de hipotireoidismo, porém sem confirmação após esses três exames, é possível que a causa do hipotireoidismo deste cão esteja dentro dos 5% restantes. Neste caso, exames complementares deverão ser feitos.


Como é o tratamento de hipotireoidismo? Uma das “vantagens” dessa doença (se pudermos considerar como vantagem...) é o fato de que é uma enfermidade de fácil tratamento, que consiste na administração diária de uma dose de um hormônio sintético chamado Tiroxina (Levotiroxina).

Existem inúmeros nomes comerciais para esta droga. A dosagem e a freqüência com que será administrada dependerá da gravidade do caso e da capacidade de resposta individual de cada animal. O cão receberá uma dose calculada de acordo com seu peso e fará dosagens do nível hormonal periodicamente, para avaliar sua resposta à medicação.

De acordo com esta resposta, a medicação será aumentada ou diminuída para que se obtenha um nível desejado do hormônio na corrente sanguínea. Uma vez iniciada a medicação, o cão deverá tomá-la para o resto da vida. Após algumas semanas de tratamento, todos os sintomas do hipotireoidismo deverão ter desaparecido.

DIABETES

O que é Diabetes ?
  
Diabetes
 
A Diabetes é um problema hormonal em que o organismo não é mais capaz de manter o nível de glicose (açúcar) do sangue nos seus parâmetros normais. Esta é uma patologia que pode (e deve) ser tratado o mais rápido possível, para evitar complicações, porém não é curável. É um problema muito comum e se não for tratada da maneira correta, pode levar o animal a situações de emergência e muitas vezes a morte.

A diabetes é um problema decorrente da falta de um hormônio chamado Insulina. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, que se localiza perto do estômago. O pâncreas possui pequenas glândulas chamadas Ilhotas de Langerhans, que são as responsáveis pela produção de insulina.

A insulina faz com que a glicose que está circulando no sangue, penetre nas células do organismo para que seja utilizada e transformada em energia. A quantidade de açúcar circulante é chamada Taxa de Glicose (TG). Na maioria das pessoas e dos animais, a TG oscila entre 60 e 120 devendo estar em média na faixa de 80 à 100. Em um mamífero normal, sempre que a TG começa a subir, normalmente durante e após alimentação, o pâncreas libera insulina para controlar o nível de açúcar no sangue. Em animais diabéticos ou a insulina não é produzida ou a quantidade liberada não é suficiente ou a insulina pode estar sendo produzida de forma defeituosa e por isso não funciona.

Quando a insulina não é produzida na quantidade necessária ou é produzida defeituosa, o organismo não conseguirá utilizar a glicose que está circulando no sangue com fonte de energia. Quando isso ocorre, a TG começa a subir gerando um quadro de Hiperglicemia. A hiperglicemia pode levar a uma situação conhecida como Coma Diabética. Esta é uma situação de emergência que se não for tratada leva à inconsciência que poderá ser seguida de morte. (Isso é um processo relativamente lento). Para tratar a hiperglicemia, a insulina deve ser injetada no corpo do animal, agindo como um substituto da insulina natural. Esta insulina que é injetada pode ser de origem humana, suína ou bovina.

O oposto da hiperglicemia é a Hipoglicemia (conhecido como choque diabético) que ocorre quando há um excesso de insulina ou uma baixa TG (baixa taxa de glicose no sangue). Este é um quadro de emergência!!! Nesta situação, o animal entra rapidamente em um estado de inconsciência, podendo chegar a falecer. Deve se dar açúcar (glicose) para o paciente. Se o cão está consciente e é capaz de deglutir, deve-se dar açúcar ou doces por via oral. Se ele estiver inconsciente, coloca-se um pouco de açúcar debaixo da língua ou utiliza se qualquer fonte de açúcar debaixo da língua e esfregando nas gengivas. Em uma clínica veterinária, aplica-se dextrose endovenosa (é a glicose só que em outra forma). A recuperação normalmente é bastante rápida e o animal estará bem em questão de minutos.

O tratamento da diabetes (o controle da TG), dependerá se o animal necessita de aplicação de insulina ou apenas através de um controle da dieta. A diabetes juvenis (tipo 1) é insulino- dependente, e este animal necessitará de doses diárias de acordo com a sua alimentação. A diabetes de adultos (tipo 2), é um tipo de diabetes adquirido depois de certa idade. Muitas vezes este tipo de diabetes não requer o uso de insulina. O controle da TG é feito através de um balanceamento da dieta. A diabetes também pode ocorrer em cadelas prenhas (diabetes gestacional). Este problema normalmente desaparece após o parto.
  Sintomas clássicos da diabetes:
 
Polidipsia (o cão bebe um volume de água excessivo)

Poliúria (o cão produz um volume urinário excessivo)

Emagrecimento nítido e rápido, apesar de estar se alimentando bem

Lesões de pele de difícil cicatrização

Problemas cardíacos

Tendência à formação de Trombos (coágulos no sistema circulatório)

Caso o seu animal apresente alguns desses sintomas (ou todos) procure imediatamente o seu médico veterinário.


Diabetes Mellitus
 
 
Animais Afetados A variação média de idade para o aparecimento da diabetes em cães é de quatro a catorze anos, com a maior parte dos casos ocorrendo entre sete e nove anos de idade. Embora os machos também sejam afetados pela doença, a ocorrência em fêmeas é duas vezes maior. Suspeita-se de predisposição genética para a diabetes em algumas raças como Keeshond, Pulik, Cairn Terrier e Pinscher Miniatura. Além destes, Dachshunds, Schnauzers Miniatura, Poodles e Beagles também são freqüentemente afetados pela doença. Qualquer cão, entretanto, pode desenvolver diabetes mellitus.
Visão Geral Caracterizada por altas concentrações de glicose no sangue e na urina, a diabetes mellitus é uma das desordens hormonais mais comuns no cão, e quase sempre requer tratamento com insulina por toda a vida. Adicionalmente, uma alta taxa crônica de glicose no sangue e na urina pode causar complicações graves, tais como infecções, cataratas, cetoacidose diabética, desordens do sistema nervoso e doença renal. Se não forem tratados, os cães diabéticos poderão apresentar essas e outras complicações e morrerão precocemente. Os cães diabéticos são tratados com injeções de insulina, mudança de dieta e exercícios.

Algumas pessoas com diabetes podem usar medicação hipoglicêmica oral, mas estes medicamentos normalmente não são úteis em cães. Para regularizar os níveis de glicose no sangue, os cães diabéticos precisam de várias consultas ao veterinário nos estágios iniciais do tratamento, devendo depois passar por exames periódicos de manutenção.

No início, pode ser difícil para o proprietário, aplicar injeções de insulina diariamente, mas a maioria depois consegue dar conta do recado. Com tratamento apropriado e monitoramento, muitos cães diabéticos conseguem manter uma excelente qualidade de vida.

Sinais Clínicos Os sinais comumente observados incluem polidipsia, poliúria, polifagia, e perda de peso. Dependendo do estágio da doença, pode também ocorrer obesidade, cataratas, desidratação, letargia, fraqueza e halitose cetônica.
Sintomas Os sintomas comuns notados em cães diabéticos incluem sede excessiva, aumento do volume de urina e incontinência urinária. Os cães afetados muitas vezes perdem peso, apesar do aumento de apetite. Outros sintomas podem incluir perda de visão, cansaço e fraqueza.
Descrição A Diabetes mellitus se caracteriza por altas concentrações de glicose no sangue e na urina. A doença geralmente ocorre em decorrência da diminuição da produção de insulina pelo pâncreas ou funcionamento deficiente da insulina nos tecidos orgânicos. Em ambos os casos, o sistema orgânico canino torna-se incapaz de regularizar o fluxo de glicose na corrente sanguínea. Se este problema for deixado sem diagnóstico e tratamento pode se tornar uma enfermidade mais grave e levar a morte. Algumas vezes, entretanto, a diabetes mellitus pode desaparecer quando ocorrer em fêmeas não-castradas.

Embora haja dois tipos de diabetes mellitus em cães, a dependente e a não-dependente de insulina, a última ocorre raramente. Esta discussão se limita a diabetes mellitus dependente de insulina. Da mesma forma que os seres humanos, os cães afetados por esta forma de doença irão precisar de administração de insulina por toda a vida, com o objetivo de manter sob controle os níveis de glicose no sangue. Alguns cães aceitam bem e respondem ao tratamento com sucesso. Outros não reagem, mesmo ao tratamento mais intensivo, especialmente se apresentarem complicações múltiplas.

Diagnóstico A presença dos sinais clássicos de diabetes geralmente aponta para a necessidade de exames laboratoriais. A chave para o diagnóstico são os altos níveis de glicose no sangue e na urina. Um estágio mais avançado e crítico da doença é normalmente percebido pela presença de corpos cetônicos na urina. Esta forma complicada de diabetes é conhecida como cetoacidose diabética.

O veterinário deve pedir exames, inclusive um hemograma completo, sorologia e bioquímica do sangue e análise da urina, para descartar a possibilidade de outras doenças que possam provocar sinais semelhantes aos vistos na diabetes. Em alguns casos, os resultados iniciais podem indicar a necessidade de exames mais específicos.

O veterinário também pode programar uma internação hospitalar para o cão, com o objetivo de fazer uma série de checagens da taxa de glicose no sangue, a cada uma ou duas horas, por um período de 12 a 14 horas. Esta série de testes, chamada de curva glicêmica, fornecerá informações sobre a eficácia da dose de insulina administrada e quando tempo dura o efeito de cada dose. De acordo com os resultados, o veterinário pode ajustar o tipo de insulina, a dosagem e a freqüência da administração para manter o nível de glicose no sangue dentro dos padrões normais, por períodos de 24 horas.

Prognóstico O prognóstico depende de um número de fatores. A recuperação do cão vai depender da disposição do proprietário em seguir o tratamento, da capacidade do animal de responder à insulina, da idade do cão no início da doença, da presença de outras afecções simultâneas e do aparecimento de complicações da diabetes. Com cuidado e dedicação do proprietário, consultas periódicas e um trabalho de equipe entre o dono e o médico veterinário, muitos cães diabéticos podem levar uma vida saudável por vários anos. Para os animais de estimação que não respondem bem ao tratamento ou cujos donos não querem seguí-lo, pode-se esperar uma diminuição da qualidade e da expectativa de vida.
Transmissão ou Causa Acredita-se que a diabetes pode ser causada por múltiplos fatores. Entre eles, podemos considerar a predisposição genética, infecção, medicamentos, disfunção pancreática, obesidade, cio em fêmeas não-castradas e doenças simultâneas.
Tratamento As metas do tratamento são devolver ao cão a sua saúde normal e evitar complicações decorrentes da taxa elevada de glicose no sangue. Entre as complicações possíveis estão as infecções do trato urinário, do aparelho respiratório e da pele, cetoacidose ou distúrbio metabólico grave, cataratas, que levam à perda de visão, pancreatite, ou inflamação do pâncreas, e outras menos comuns. O método de tratamento inclui administração apropriada de insulina, dieta, programa de exercícios e controle de doenças simultâneas.

Fêmeas inteiras precisam ter os ovários extirpados assim que a diabetes se estabiliza para evitar perturbações no controle da doença, devido a flutuação dos hormônios relacionados à reprodução. Algumas cadelas que ainda possuem os ovários poderão ficar sem apresentar sintomas da doença e portanto, sem necessidade de tratamento após uma ovário-histerectomia.

O veterinário escolherá o tipo de insulina apropriado para o cão. As fórmulas mais comuns de insulina são derivadas de uma combinação de insulina de vaca e porco, de porco purificada e de insulina humana modificada. Muitos médicos agora usam este último tipo por ser facilmente encontrável. Os tipos de insulina incluem a cristalina normal, NPH, PZI, lente e ultra-lente. O veterinário vai indicar a dose unitária específica de insulina com base em diversos fatores, inclusive o peso do animal e o tipo da insulina. A meta não é obter o controle absoluto da doença, mas, antes, permitir ao cão e ao proprietário se acostumarem com a nova rotina de injeções diárias e alterações na dieta.

O cão é re-examinado normalmente uma vez por semana. É comum o médico veterinário reajustar o esquema de insulina durante as consultas. As doses de insulina não devem ser reajustadas em casa, a menos que o médico veterinário tenha dado instruções específicas. As curvas glicêmicas e outros exames são necessários durante todo o tratamento para que se possa monitorar cuidadosamente a resposta do animal ao tratamento. Alguns cães se estabilizam com uma certa facilidade, quando respondem bem ao tratamento. Outros animais demoram muito mais tempo, ou nunca se estabilizam, especialmente se têm outras enfermidades simultâneas. Alguns cães passam por um "período de lua de mel", inicialmente, parecem reagir bem à insulina, mas perdem o controle durante os seis primeiros meses de tratamento. A monitoração cuidadosa dos níveis de consumo de água e volume urinário do cão irão alertar o proprietário para problemas com o controle da diabetes, o médico veterinário deve ser notificado se os sintomas não desaparecerem, ou se retornarem. O sucesso do controle da doença é definido pelo desaparecimento dos sintomas, incluindo a sede e a urina excessiva, a estabilização do peso, a normalização do comportamento e uma glicemia normal , comprovada nos exames de sangue.

Muitos cães diabéticos são obesos. Para a otimização do controle da glicose, deve-se aos poucos, corrigir a obesidade nos pacientes diabéticos, deve levar vários meses para o cão atingir o peso ideal recomendado pelo veterinário. Adicionalmente, o veterinário pode sugerir um tipo específico de dieta. As rações comerciais com alto teor de fibras e carboidratos complexos são geralmente recomendadas para animais diabéticos porque ajudam a diminuir as flutuações da taxa de glicose depois das refeições. A ingestão calórica diária deve ser dividida por várias refeições e servida no período de tempo de ação da insulina.

O exercício é altamente recomendável, devido a seus efeitos benéficos no controle dos níveis de glicose e para a perda de peso. Se o cão não tem uma rotina estruturada, recomenda-se começar com caminhadas curtas e, aos poucos, aumentar o tempo destas até um nível tolerável.


Prevenção Pode não ser possível prevenir a diabetes mellitus. Entretanto, a manutenção do peso ideal do cão e a introdução de exercícios regulares em sua rotina podem ser benéficas. Os proprietários também devem prestar muita atenção ao que o cão bebe e come, bem como ao volume urinário. Se notar qualquer anormalidade, o dono deve procurar um médico veterinário. A detecção precoce pode facilitar o controle da doença ou, pelo menos, evitar complicações graves.

Procedimentos de Emergência em Diabetes
 
Dificilmente o seu animal será socorrido por uma equipe de médicos e enfermeiros veterinários treinados para tratamento de diabetes. Em caso de dúvida, sempre trate o animal como se ele estivesse passando por um quadro de hipoglicemia, a menos que você possa confirmar a taxa de glicose através de fitas dosadoras e do uso de um glucômetro.

Procedimento Obtenha uma pequena quantidade de sangue (de qualquer veia) e com o auxílio de um glucômetro/fitas, determine a taxa de glicose do sangue. Se a taxa de glicose estiver abaixo de 50, o animal está com hipoglicemia (um caso urgente que deve ser tratado o mais rápido possível). Seu cão apresentar uma taxa de glicose acima de 200 , trata-se de um caso de hiperglicemia.

Hipoglicemia A Hipoglicemia é um problema muito sério e pode levar a óbito caso não seja tratado de modo agressivo. A recuperação no animal em geral é rápida se o tratamento for eficiente e adequado.

1. Começar com glicose a 5%, IV.
2. Administrar 20ml/kg D10 (10% dextrose em solução fisiológica)
3. Re-checar a taxa de glicose repetidamente até que esteja no nível adequado.


Hiperglicemia Nos casos de hiperglicemia, é recomendável levar o animal o mais rápido possível para uma clínica veterinária ou hospital veterinário. Apesar de ser um quadro grave, em que a vida do animal está em jogo, a hiperglicemia permite que você disponha de mais tempo para socorrer o seu animal. Os mesmos tipos de insulina utilizadas em humanos, são utilizadas nos animais.


Cetoacidose Diabética

DCA, diabetes mellitus cetoácida (DMCA)
Animais Afetados: Cães e gatos.

Visão Geral
A cetoacidose diabética é uma das doenças metabólicas mais sérias, observadas tanto na medicina humana, quanto na Veterinária. A cetoacidose diabética, uma grave complicação da diabetes mellitus, caracteriza-se por uma elevada concentração de açúcar no sangue, a presença de substâncias conhecidas como corpos cetônicos na urina e concentrações reduzidas de bicarbonato no sangue. Alguns cães com cetoacidose diabética são afetados de forma leve pela doença, mas a maioria fica gravemente enferma e pode ter complicações sérias como problemas neurológicos em decorrência de inchaço craniano, insuficiência renal aguda, pancreatite e anemia. A cetoacidose diabética leva à morte em muitos casos, mas o diagnóstico correto e tratamento intensivo podem salvar vidas.

A cetoacidose diabética, às vezes, se desenvolve em cães com diabetes que não foi diagnosticada e tratada a tempo. Assim, é essencial a identificação da diabetes mellitus, ou de sintomas adicionais num animal reconhecidamente diabético, para evitar a ocorrência da cetoacidose diabética.

Sinais Clínicos Os sinais clínicos incluem poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso, letargia, anorexia e vômitos. Podem ocorrer complicações como anemia, anormalidades eletrolíticas, doenças neurológicas e insuficiência renal aguda.
Sintomas Os sintomas incluem aumento de sede e de apetite e micções mais freqüentes, perda de peso, cansaço, vômitos, perda de apetite, além de sintomas associados a um grande número de enfermidades que podem acompanhar ou provocar a cetoacidose diabética.
Descrição A cetoacidose diabética é provavelmente a complicação mais grave que pode se desenvolver em associação com a diabetes mellitus. Os corpos cetônicos são usados para a produção de energia na maior parte dos tecidos corporais e se formam, normalmente, quando ácidos graxos são liberados do tecido gorduroso e transportados para o fígado. Este então produz corpos cetônicos, a partir daqueles ácidos graxos. A produção excessiva de corpos cetônicos pode ocorrer na diabetes mellitus sem controle, e, enquanto as cetonas se acumulam, podem acontecer cetose e, eventualmente acidose. Os quatro maiores fatores que contribuem para a formação de corpos cetônicos na cetoacidose diabética são: deficiência de insulina, jejum, desidratação e aumento dos níveis de hormônios de "stress", tais como epinefrina, cortisol, glucagon e hormônio do crescimento.

A cetoacidose diabética ocorre com mais freqüência entre animais com diabetes mellitus não diagnosticada, mas também pode ser vista em cães com diabetes já estabelecida, mas que não estão recebendo insulina suficiente. Nestes casos, pode haver uma doença inflamatória ou infecciosa associada. Outros cães podem apresentar doenças relacionadas com a rejeição à insulina, como hipotireoidismo ou síndrome de Cushing. Os cães tanto podem ser apenas levemente afetados pela cetoacidose diabética, quanto podem estar perto da morte, ao tempo do diagnóstico.

A cetoacidose diabética se desenvolve de forma imprevisível e alguns cães diabéticos podem levar vidas normais por vários meses sem qualquer tratamento. Entretanto, uma vez instalada a cetoacidose diabética, a maioria dos cães fica gravemente doente em menos de uma semana.

A intensidade do tratamento depende de quão enfermo está o animal. Enquanto cães com cetoacidose diabética leve podem ser tratados com sucesso, por administração de soro intravenoso e insulina, os cães com manifestações graves da doença irão precisar de intervenção mais significativa. Terapia líquida e suplementação de potássio, bicarbonato e fósforo podem ser de vital importância. Qualquer enfermidade associada deve ser identificada e tratada especificamente, quando possível, para melhorar as possibilidades de cura da cetoacidose diabética. Complicações durante o tratamento de cetoacidose diabética são comuns e podem incluir hipoglicemia, sinais neurológicos em virtude de inchaço das células cerebrais e anormalidades eletrolíticas graves. Se a concentração sorológica de fósforo ficar muito baixa, pode ocorrer anemia, em decorrência de colapso dos glóbulos vermelhos. Também pode acontecer insuficiência renal aguda.

A cetoacidose diabética é uma das mais graves doenças metabólicas observadas, tanto em medicina humana, quanto em veterinária. Muitos pacientes morrem devido a ela. Entretanto, a maioria pode superar as crises com êxito, através de rápido diagnóstico e tratamento intensivo.

Diagnóstico O diagnóstico de cetoacidose diabética baseia-se nos sinais clínicos e na presença de altas concentrações sorológicas de glicose e corpos cetônicos na urina, além de concentrações sorológicas reduzidas de bicarbonato na corrente sanguínea. A cetoacidose diabética é leve quando cães com altas concentrações sorológicas de glicose e corpos cetônicos na urina parecem saudáveis, ou apenas têm sinais clínicos leves, ou ainda, têm decréscimo pequeno na concentração sorológica de bicarbonato. Estes cães não precisam de tratamento intensivo e devem ser postos em categoria diferente dos animais que têm cetoacidose diabética grave.

Cães com a forma grave da enfermidade têm altas concentrações sorológicas de glicose e corpos cetônicos na urina, reduções extremas da concentração sorológica de bicarbonato e muitas vezes apresentam sinais graves de doença.

Além dos resultados dos exames de concentração sorológica de glicose e da análise da urina, outros procedimentos-chave para o diagnóstico incluem gasometria do sangue, análise dos eletrólitos e níveis sorológicos renais. Além da análise urinária de rotina, deve ser feita cultura da urina em qualquer cão com cetoacidose diabética, já que as infecções do trato urinário são complicações bastante comuns nesta doença. O hemograma completo, sorologia do fígado e das enzimas pancreáticas, além da checagem dos níveis de colesterol e de triglicerídios, também devem ser obtidas. Radiografias do tórax e do abdômen e em condições ideais, uma ultra-sonografia abdominal, também deveria ser usada para investigar fatores anteriores ou relacionados, bem como outras anormalidades que poderiam requerer tratamento específico.

Prognóstico O prognóstico para a cetoacidose diabética é reservado. Entre cinco e dez por cento das pessoas com cetoacidose diabética morrem da doença. As taxas de óbito para cães podem ficar entre trinta e quarenta por cento em certas circunstâncias.
Transmissão ou Causa A cetoacidose diabética geralmente ocorre tanto em cães com diabetes existente mas não diagnosticada e deixada sem tratamento por longo tempo, ou em cães diabéticos já diagnosticados que estão sendo afetados por outro problema ou que estão tomando insulina em doses insuficientes.
Tratamento Cães relativamente saudáveis com cetoacidose diabética podem ser tratados com injeções de insulina cristalina, potentes, mas de efeito rápido para ajudar a manter os níveis de glicose sob controle. Pode levar alguns dias para os níveis de glicose e corpos cetônicos na urina caírem, mas não é necessário tratamento intensivo, enquanto a condição do cão estiver estável.

O tratamento de cães diabéticos deve ser bastante intensivo. A reposição gradual dos déficits líquidos e a manutenção do equilíbrio normal dos fluidos são fundamentais para o tratamento da cetoacidose diabética. Muitos cães melhoram substancialmente após o tratamento com soro intravenoso. Também pode ser necessária a suplementação de fosfato, já que as concentrações sorológicas de fósforo podem cair para níveis perigosamente baixos durante o tratamento da cetoacidose diabética, levando a complicações graves, como a destruição dos glóbulos vermelhos que provoca anemia. O bicarbonato é usado para ajudar a corrigir os distúrbios ácido-básicos. A insulina também é vital para o tratamento da cetoacidose diabética. Em alguns casos, é necessária a rápida reposição de líquidos, enquanto os níveis de glicose precisam de ajustes graduais.

Até que se obtenham concentrações sorológicas de glicose mais seguras, a maior parte dos cães com cetoacidose diabética é tratada com insulina cristalina normal, a forma mais potente e de efeito mais rápido da insulina, que pode ser administrada por via endovenosa ou no músculo, de hora em hora. Se o cão não está conseguindo se alimentar sozinho, pode-se adicionar dextrose ao soro para evitar queda significativa do nível de glicose, após o início da administração de insulina.

Doenças simultâneas devem ser identificadas e tratadas especificamente, quando possível. A pancreatite é muito comum na cetoacidose diabética, mas não há tratamento específico para ela.

Infecções bacterianas precisam ser identificadas e tratadas rapidamente. Geralmente, usam-se antibióticos se a infecção bacteriana ainda não foi confirmada, devido aos problemas que as infecções podem causar em casos de cetoacidose diabética. A insuficiência renal aguda também pode acompanhar a cetoacidose diabética e deve ser tratada intensivamente com soro. Pode ser necessária medicação para estimular a produção de urina, se esta for insuficiente.

As complicações mais freqüentes que ocorrem durante o tratamento da cetoacidose diabética incluem o desenvolvimento de hipoglicemia, distúrbios do sistema nervoso central, anormalidades eletrolíticas e anemia. O melhor meio de evitar estes efeitos colaterais é ter como meta à correção gradual das diversas anormalidades associadas a cetoacidose diabética. Se a correção das concentrações de glicose e anormalidades eletrolíticas for excessivamente rápida, pode levar ao inchaço das células cerebrais e a distúrbios neurológicos. As concentrações eletrolíticas precisam ser monitoradas com muito cuidado durante o tratamento da cetoacidose diabética, já que muitas vezes são necessários ajustes freqüentes do tipo e do fluxo do soro e da quantidade da suplementação de potássio. Deve-se prestar muita atenção também à concentração sorológica de fósforo, já que muitas vezes é necessária a suplementação para evitar a queda acentuada das concentrações sorológicas de fósforo e a anemia resultante.

Uma vez que o cão esteja estável, comendo e bebendo sozinho, pode-se iniciar a administração de tipos de insulina de efeito prolongado. Além disto, as medidas de manutenção como soroterapia e medicamentos podem ser suspensas, desde que não haja outras complicações e o estado geral continue melhorando. Eventualmente, o animal será capaz de voltar para casa com um regime de insulina para uso doméstico, bem como outros tratamentos para doenças adicionais que se apresentem.


Prevenção Não há método específico para a prevenção da cetoacidose diabética, mas o tratamento cuidadoso e o monitoramento dos cães diabéticos são essenciais. O reconhecimento dos sinais comuns de diabetes mellitus em cães - aumento da sede, da urinação, do apetite e perda de peso - também é importante para que se possa diagnosticar a diabetes simples e iniciar o tratamento apropriado, antes que se desenvolva a cetoacidose diabética. Deve-se evitar que o animal coma rações com muita gordura que podem provocar pancreatite e, posteriormente, cetoacidose diabética. Nos cães diabéticos, esteróides, como prednisona devem ser usados com muito cuidado, ou evitados, devido ao risco de rejeição à insulina e à associação freqüente da administração de esteróides com o desenvolvimento de cetoacidose diabética.

 

ENDOCRINOLOGIA

O Sistema Endócrino

O sistema glandular, fornece ao organismo determinadas substâncias químicas chamadas Hormônios. Uma vez produzidos, estes hormônios são jogados na corrente sanguínea e na maioria das vezes (exceto as prostaglandinas), produzirá um efeito específico em outra glândula ou área do organismo.

Nem todas as células do organismo são afetadas pelos hormônios e somente algumas células específicas de determinado órgão em particular, respondem a um hormônio específico. Alguns hormônios controlam a liberação de outros hormônios.

Por exemplo, a hipófise, localizada na base do cérebro, produz uma série de hormônios diferentes uns dos outros. Esses hormônios atuam em outras glândulas, como por exemplo, as glândulas Adrenais, fazendo com que as adrenais liberem seus próprios hormônios.

A hipófise, também conhecida como pituitária, é chamada de “glândula mestre” por ser responsável pela produção de mais hormônios do que qualquer outra glândula. Os hormônios hipofisários controlam a liberação de hormônios de outras glândulas endócrinas, incluindo a tireóide, para-tireóides, adrenais, ovários, testículos e pâncreas.

A hipófise produz a somatotrofina, que controla o crescimento; a Prolactina, que estimula as glândulas mamárias a produzir leite; o TSH (thyroid-stimulating hormone ) que estimula a glândula tireóide. O hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH) são dois dos hormônios produzidos pela hipófise, que controlam o cio e a ovulação. A hipófise também produz ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) que estimula a glândula adrenal a produzir cortisol e outros hormônios; o MSH (melanocyte stimulating hormone) que afeta a pigmentação; e ADH (antidiuretic hormone) que regula o metabolismo hídrico.

A glândula tireóide, uma vez estimulada, produz seu próprio hormônio, a Tiroxina. Os ovários, uma vez estimulados pelo FSH e LH da hipófise, passam a produzir principalmente progesterona e estrógenos.

Os testículos produzem testosterona. O pâncreas produz o hormônio mais estudado de todos: a insulina, que é responsável pelo controle do nível de açúcar no sangue.A glândula adrenal, uma vez estimulada pelo ACTH (produzido na hipófise), produz esteróides variados, como corticosteróides, mineralocorticóides e esteróides sexuais adrenais. Contrariando a crença popular, os esteróides são hormônios naturais do organismo animal e humano. Nós podemos fabricar esteróides similares, como a cortisona, para uso em cães e gatos. Como veterinários, muitas vezes ouvimos os proprietários reclamarem por terem medo de utilizar esteróides em seus animais, preocupados com os efeitos colaterais. É certo que esses efeitos colaterais existem, porém, os esteróides são essenciais para a vida tanto de animais quanto de seres humanos, onde existem naturalmente.

Como vocês podem ver, os hormônios participam de mecanismos complexos na regulação do metabolismo dos animais.

PACIENTE RENAL - DICIONÁRIO

Acidose no sangue: condição de acidez que se desenvolve no sangue porque os rins não conseguem colocar para fora o excesso de ácido que se forma continuamente com o funcionamento do  organismo animal. Às vezes, é necessário o uso do bicarbonato de sódio para ajudar a corrigir esta situação.

Anemia: diminuição da quantidade de glóbulos vermelhos no sangue. Os glóbulos vermelhos (hemáceas) são responsáveis pelo transporte de oxigênio para todas as células do corpo. Quando o paciente tem anemia, dependendo da gravidade, ele pode sentir desânimo, falta de apetite, fraqueza nos membros, sonolência, falta de ar, etc

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Antiinflamatórios: medicações que devem ser evitadas a todo custo em pacientes que têm algum problema de rim, pois podem levar à perda da função renal e até à necessidade de início de tratamento com diálise.


Biópsia renal: exame realizado para a investigação diagnóstica de algumas doenças nos rins. Através de uma agulha um pouco mais grossa, é retirado um pequeno pedaço do rim, que é levado para exame de microscopia.


Cálcio: mineral que tem como fonte principal o leite e seus derivados. Para que o organismo funcione corretamente, o cálcio deve estar presente, ele é importante para a formação do osso, mas também é muito importante para que ocorra a contração de qualquer musculatura do  corpo, inclusive a do coração. Infelizmente, ele só é absorvido no intestino se lá também estiver presente a vitamina D (calcitriol). Como a formação da vitamina D ativa ocorre nos rins, os pacientes que têm Insuficiência renal podem ter cálcio baixo no sangue.


Calcitriol: também chamada de vitamina D ativa, é uma substância que tem sua produção iniciada na pele quando o animal toma sol, mas só está pronta após passar pelo rim e se tornar ativa. Sua função principal é de ajudar na absorção intestinal de cálcio.


Carambola: fruta que contém uma substância tóxica que normalmente é eliminada pelos rins, mas, no animal e na pessoa que tem problema de Insuficiência renal, esta substância tóxica se acumula e pode causar problemas sérios (inclusive coma e parada cardíaca).


Cateter de Tenckhoff: cateter de material apropriado e flexível que é colocado no abdome do paciente para realização da diálise peritoneal. Por este cateter, o líquido de diálise peritoneal será infundido e drenado. A colocação do cateter é feita por meio de um pequeno procedimento cirúrgico, por um cirurgião  e com anestesia local.

Clearence de creatinina: medida feita por meio da coleta da urina de 24 horas (coleta de urina durante o dia e a noite). Esta urina é levada para exame e nos diz quanto os rins estão conseguindo eliminar de creatinina em 24 horas. Esta medida nos dá uma idéia do nível de função renal que o paciente tem.

Creatinina: substância produzida a partir da destruição de uma proteína presente nos nossos músculos. Funciona como um marcador da função renal, pois, à medida que o paciente vai perdendo a função dos rins, ela começa a se acumular no sangue (os valores vão aumentando).


Diabetes mellitus: doença muito comum que leva a um acúmulo de açúcar (glicose) no sangue. Também é uma causa importante de
Insuficiência renal, quando não é tratada de forma cuidadosa. A destruição que ocorre nos rins é lenta, o paciente não sente nada e, portanto, não tem aviso nenhum.


Diálise peritoneal: diálise realizada através de uma membrana (fina camada de tecido, como o de dentro da boca, nas bochechas), chamada peritônio. O peritônio está localizado dentro da barriga e reveste todos os órgãos dentro dela. Ele deixa passar, através de seus pequenos furos, as toxinas e a água que estão em excesso no organismo. A diálise peritoneal é feita com a colocação de um líquido extremamente limpo dentro da barriga através de um cateter chamado de “Cateter de Tenckhoff”. O líquido deve permanecer dentro da barriga por um período determinado pelo médico veterinário nefrologista e, quando ele for retirado, vai trazer junto com ele as toxinas e o excesso de água e sais minerais. Esta diálise é feita em ambulatório na clinica veterinária e eventualmente pode ser feita em casa, após o treinamento do proprietário do animal e seus familiares.


Diálise: tratamento realizado para substituir algumas das funções dos rins, ou seja, retirar as toxinas e o excesso de água e sais minerais do organismo.


Eritropoetina: substância produzida pelos rins e responsável por estimular a produção dos glóbulos vermelhos na medula óssea. Nos pacientes que têm Insuficiência renal, ocorre uma diminuição progressiva da produção de eritropoetina e, como resultado, vamos ter a anemia.
Fístula arteriovenosa: ligação entre uma pequena artéria e uma pequena veia, com a intenção de tornar a veia mais calibrosa e resistente, para que as punções com as agulhas de hemodiálise possam ocorrer sem complicações. A cirurgia é feita por um cirurgião vascular e com anestesia local e ainda é pouco utilizada em medicina veterinária.


Fósforo: mineral que tem como fontes principais as proteínas e as leguminosas (carnes, leite e derivados, ovos, feijão, lentilha, ervilha, etc.). Sua absorção no intestino ocorre livremente, mas é mais intensa na presença do calcitriol (vitamina D ativa). O excesso de fósforo é eliminado por meio dos rins, portanto, no paciente que tem Insuficiência renal, ele tende a se acumular no sangue. O fósforo alto no sangue causa prurido e estimula a produção do paratormônio (PTH).


Glomerulonefrite: muito conhecida como “Nefrite”, é uma doença que acomete pequenas partes dos rins, chamadas de néfrons, onde se encontram os glomérulos. Os rins são formados por milhares de néfrons e, quando estes ficam alterados, pode ocorrer a Insuficiência renal. Portanto, também é uma das causas de Insuficiência renal e, quando tratada, pode ser reversível ou não.


Hematúria: perda de sangue na urina. Pode ser visível (urina avermelhada ou cor de coca-cola) ou invisível e só identificada por meio de exame de urina. Geralmente, está presente em algumas Glomerulonefrites ou durante uma infecção de urina ou cálculo renal.


Hemodiálise: diálise realizada por meio da filtração do sangue. O sangue é retirado pouco a pouco do organismo através de uma agulha (especial para punção de fístula arteriovenosa) ou cateter (localizado numa veia central do pescoço), bombeado por uma máquina e passa por um filtro onde vão ser retiradas as toxinas e a água que estão em excesso no organismo. Depois de “limpo”, o sangue volta para o corpo através da fístula ou do cateter. A hemodiálise é realizada em clínicas especializadas (RENALVET), de 2 a 5 dias consecutivos até que o animal saia da agudização seja ele um paciente agudo ou cronico agudizado.


Hiperparatireoidismo: doença que ocorre devido ao estímulo contínuo das paratireóides pelo cálcio baixo e fósforo alto. As glândulas paratireóides crescem para aumentar a produção do paratormônio e não voltam mais ao normal. Os níveis altos de paratormônio (PTH) no sangue levam a uma inflamação e destruição progressiva dos ossos.


Hipertensão arterial: aumento da pressão do sangue dentro dos vasos sanguíneos arteriais. Pode ser uma das causas da Insuficiência renal, quando não é tratada da forma correta, e também pode ser uma conseqüência da perda da função dos rins.


Insuficiência cardíaca: perda da capacidade do coração em bombear o sangue corretamente. As causas principais são a hipertensão sem tratamento correto por anos seguidos e a endocardiose. Nos pacientes com Insuficiência renal, além da pressão alta, temos o acúmulo de líquido, que gera uma quantidade maior de sangue para ser bombeado pelo coração e, com o tempo, ele vai se cansando.


Insuficiência renal: perda da capacidade dos rins de realizar suas funções. Os rins são responsáveis por: eliminar as toxinas produzidas pelo nosso organismo e que se acumulam no sangue; controlar a quantidade de água e sais minerais que deve ficar no nosso corpo; produzir substâncias que estimulam a produção dos glóbulos vermelhos do sangue e a formação do osso; regular a pressão arterial.


Insuficiência renal aguda: perda parcial ou total da função renal de forma rápida. Causada por algumas doenças graves que, quando tratadas, podem levar à recuperação da função renal em algumas semanas. Muitas vezes, o paciente necessita de tratamento com diálise por algum tempo.


Insuficiência renal crônica terminal: perda da função renal maior do que 85 a 90%, que leva ao aumento de toxinas e água no organismo mais do que ele consegue suportar, sendo necessário, então, iniciar um tratamento que substitua a função dos rins.

Insuficiência renal crônica: perda parcial da função renal que ocorre de forma lenta e progressiva e é irreversível.

Paratireóides: glândulas presentes ao lado da tireóide, na região do pescoço, e, por isso, levam este nome. Normalmente são 4, mas existem casos de pacientes com mais glândulas presentes. São responsáveis pela produção e liberação do paratormônio (PTH).


Paratormônio (PTH): hormônio produzido e liberado pelas glândulas paratireóides. Quando os níveis de cálcio no sangue estão muito baixos, ocorre um aumento na produção deste hormônio que vai até os ossos e estimula a liberação do cálcio, que esta lá para repor o que está faltando na corrente sanguínea.


Potássio: mineral que tem como fontes principais as frutas e os vegetais. No paciente que tem Insuficiência renal, ele tende a se acumular no
sangue, pois o rim deixa de eliminá-lo. Quando os níveis de potássio no sangue ficam muito altos, pode ocorrer fraqueza muscular intensa, arritmias e até parada cardíaca.


Proteinúria: perda de proteína na urina. Apresenta-se na forma de espuma na urina. Deve ser evitada, pois, quando ela está presente, ela ajuda na destruição lenta e progressiva dos rins. O controle adequado da pressão arterial e o uso de algumas medicações ajudam no tratamento.

Prurido: coceira. No paciente com Insuficiência renal, ele aparece quando os níveis de fósforo ou de paratormônio (PTH) estão muito altos no sangue.

Quelante de fósforo: medicação que deve ser utilizada juntamente com as refeições que têm alimentos ricos em fósforo. A medicação vai grudar em parte do fósforo presente na comida e fazer com que ele seja eliminado junto com as fezes.
Transplante Renal: forma de tratamento em que o paciente recebe um rim de um doador (vivo ou cadáver). Neste tratamento, o paciente tem que fazer uso de drogas imunossupressoras (medicações que inibem a reação do organismo contra organismos estranhos, neste caso, o rim de outro animal) para evitar a rejeição do “novo rim”. Necessita de acompanhamento médico veterinário contínuo.


Tratamento conservador: tratamento realizado por meio de orientações importantes, medicamentos e dieta, visando conservar a função dos rins que já têm perda crônica e irreversível, tentando evitar, o máximo possível, o início da diálise.

Uréia: substância tóxica que existe no organismo após a decomposição das proteínas pelo fígado. É normalmente eliminada pelos rins por meio da filtração e, no paciente que tem perda da função renal, ela se acumula progressivamente. Nos pacientes com Insuficiência renal crônica que estão em tratamento conservador, o consumo de proteínas (carne, ovos, leite e derivados) deve ser orientado pelo médico veterinário ou por uma nutricionista veterinária. Normalmente opta-se pelo uso de ração especeifica para pacientes renais.

Uremia: conjunto de sinais e sintomas que podem aparecer quando os rins não estão funcionando adequadamente, como: falta de apetite, dor de estômago, enjôo, vômito, falta de ar, cansaço, fraqueza muscular, palidez, sonolência, arritmias e etc.


UREMIA

Uremia
A uréia é uma substância que provém dos alimentos que contém proteínas como por exemplo os alimentos de origem animal (carne, ovos), e que deve ser quase totalmente eliminada do organismo através da urina. Quando os rins estão com a função de depuração alterada, a uréia e outras toxinas urêmicas ficam acumuladas no sangue, provocando alterações em vários órgãos, estabelecendo a uremia. Dentre todas as toxinas urêmicas, a uréia é talvez a menos toxica, porém serve de marcador de fácil acompanhamento para avaliar a função renal quando associada a creatinina, fósforo e outras.

Como evitar a uremia?
Seu médico veterinário, juntamente com a equipe de nefrologia/diálise veterinária poderão orientá-lo quanto a melhor dieta que seu animal deve seguir para que a produção de uréia diminua, mas lembre-se , tudo depende do ritmo de progressão da insuficiência renal.

Alterações digestivas
O mau hálito com discreto odor de urina é um dos primeiros sintomas da uremia. Outras alterações importantes são a gastrite, náuseas e vômitos. Também vemos com freqüência as úlceras e as hemorragias digestivas, que se manifestam por dor na região do estômago ou ainda vômitos ou fezes com sangue vivo ou escurecido.

Como tratar as alterações digestivas?
Comunique ao seu médico veterinário todas as alterações que está apresentando. O uso de medicações para controle de vômitos e das dores estomacais pode se fazer necessário, porém, deve ser recomendado apenas por um médico veterinário. O sangramento digestivo é motivo para que você procure assistência veterinária imediata.
Alterações Cardiovasculares
A perda progressiva das funções renais provoca hipertensão arterial ou seu agravamento. O aumento da pressão é percebido como alteração comportamental devido a forte dor de cabeça, dificuldade visual, cansaço, falta de ar e ainda aumenta o risco de infarto (raro, porém possível) e acidentes vasculares (mais comuns de ocorrer).

Como controlar as alterações cardiovasculares?
Mais uma vez seu médico veterinário deve estar informado sobre a presença desses sintomas e deve encaminha-lo para um médico veterinário especializado em cardiologia.

O uso regular dos anti-hipertensivos recomendados, bem com de medicações para combater anemia ou para controle das alterações cardíacas e ainda o controle da ingestão de líquidos, reduz os sintomas decorrentes das alterações cardiovasculares.


Alterações Neurológicas
O acúmulo de substancias tóxicas pode ser sentido como dores de cabeça (alterações comportamentais), agitação noturna ou sonolência excessiva, diminuição da sensibilidade, dores ou formigamento nos membros e cãibras.

Como controlar as alterações Neurológicas?
Esses sintomas ocorrem com a progressão da doença renal, portanto, todas as medidas citadas para o controle da progressão da doença farão com que as alterações neurológicas não aconteçam. Lembre-se que o uso de qualquer medicação, até mesmo vitaminas, deve apenas ser feito com recomendação do médico veterinário.

Alterações na pele
O prurido (sensação de coceira) é um sintoma bastante comum que se intensifica com a perda progressiva da função renal. Junto, podem aparecer manchas arroxeadas e as feridas decorrentes do próprio ato de coçar a pele. Pode ser observada também uma progressiva mudança da coloração normal da pele em decorrência do acumulo de toxinas associado à anemia que comumente está presente.

O que fazer?
Mantenha a pele de seu animal limpa e livre de parasitas e as unhas cortadas. Evite que seu animal se coce. Informe seu médico veterinário se acontecer piora da coceira ou se ela está insuportável, pois pelo ato de coçar podem ser abertas portas de entrada para germes que causarão infecções secundárias. O seu médico veterinário recomendará o uso da medicação adequada.

Alterações Ósseas
Os rins tem um papel fundamental no metabolismo dos ossos, pois ativam a vitamina D que é a responsável pela absorção do cálcio presente nos alimentos que os animais comem que deve ser incorporado aos ossos para mantê-los íntegros e fortes.

Os rins são também responsáveis pela eliminação do excesso de fósforo. O ideal é o equilíbrio das quantidades de cálcio e fósforo no sangue. Porém, com a perda da função renal, a absorção do cálcio nos intestinos é reduzida, diminuindo seu teor no sangue.

Ocorre também menor eliminação de fósforo, o que faz com que esse elemento aumente no sangue, havendo um desequilíbrio que resulta na fraqueza dos ossos, manifestada por dores e fraturas.


Como cuidar dos ossos?
Siga rigorosamente a dieta e o uso das medicações recomendadas para controle de problemas ósseos, como as medicações à base de cálcio.
 
Alterações sanguíneas
Como a perda das funções renais provoca anemia?
Os rins produzem um hormônio, a eritropoetina, que estimula a produção e o amadurecimento das células vermelhas do nosso sangue, chamadas hemácias e a incorporação do ferro dentro das hemácias.

A anemia é conseqüência da falta do estimulo para a produção das hemácias, isto é da falta da eritropoetina. Se há menor número de hemácias ou se elas contém menos ferro que o necessário, fica comprometida a principal função dessas células, o transporte de oxigênio que que o animal respira, para as células de todo corpo e ainda o transporte de volta de gás carbônico que é produzido pelas células e que deve ser expelido para fora do corpo, através do ar que sai pelos pulmões.

A menor ingestão de ferro em razão das dietas restritas em carnes e verduras, e ainda os sangramentos digestivos e a menor absorção de ferro pela própria condição de uremia faz com que a anemia se acentue.


Quais os sintomas da anemia?
A fraqueza, o cansaço, as palpitações e a dor no peito podem acontecer principalmente, nas situações em que se exige mais do organismo, como por exemplo durante os esforços físicos (caminhada, cópula, etc), mas dependem da intensidade da anemia.

Outras alterações importantes
A diminuição da libido de reprodutores pode ocorrer em razão das alterações hormonais que acompanham a falência renal. Lembre-se! Jamais use remédios, anabolizantes,fórmulas milagrosas, ou chás mágicos para melhorar a libido de seu reprodutor com problemas renais! Eles, além de não proporcionarem o efeito desejado, podem trazer conseqüências graves para a saúde de seu animal.

Uma alteração que também acontece é a da coagulação. Isto significa que são mais comuns os hematomas (manchas roxas) em conseqüência de traumas e sangramentos mais importantes quando há ferimentos ou cortes. Portanto tome cuidado especial, evitando assim, expor seu animal a situações de perigo. É natural a diminuição progressiva da quantidade de urina eliminada por dia, o que se deve pela redução da capacidade de filtração dos rins. A conseqüência imediata é que todo o liquido tomado, sopas ou ainda provenientes de frutas, converta-se em liquido acumulado nos tecidos ou seja, em inchaço (edema, raro em cães) e hipertensão arterial, ao invés de converter-se em urina. Portanto, você deve observar os limites de ingestão diária de líquidos recomendados pelo seu médico veterinário para que esses problemas não ocorram.


Não se Esqueça!
Entender a doença e as suas conseqüências, fará com que você tenha um maior controle sobre os problemas de seu animal e maior facilidade de seguir o tratamento.

CISTITE

Inflamação da bexiga, Inflamação urinária
 
Animais Afetados: Cães, gatos e outros mamíferos.Visão Geral

 
Há diversas causas para a cistite, que é uma inflamação da bexiga. As causas mais comuns incluem infecção bacteriana das vias urinárias, pedras na bexiga, pólipos, tumores e um defeito anatômico conhecido como divertículo, que é uma pequena bolsa retentora de urina, localizada na bexiga. A cistite pode gerar um grande número de sintomas urinários. Alguns cães têm dificuldade para urinar, outros urinam com maior freqüência e alguns se tornam incontinentes (não conseguem segurar a urina por muito tempo). Também pode ocorrer o aparecimento de sangue na urina. Dependendo da causa da inflamação, a cistite pode ser tratada através de diversos métodos. Os cães geralmente se recuperam com uma certa facilidade, mas animais que desenvolveram cistite em decorrência de tumores têm um prognóstico reservado.
Sinais Clínicos
Hematúria, polaciúria, disúria, estrangúria, o animal lambe a genitália com freqüência e sofre de incontinência ocasional.
Sintomas
Sangue na urina, dificuldade para urinar, lambedura da genitália e escoamento involuntário ocasional de urina.
Descrição
A cistite é uma inflamação da bexiga. Pedras na bexiga, infecções bacterianas no trato urinário, pólipos, tumores e defeitos anatômicos da bexiga são as causas mais comuns da doença. Cães com cistite podem ter uma série de problemas relacionados com a micção, incluindo dificuldade de urinar, sangue na urina, micção freqüente e incontinência urinária.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito geralmente através de exame físico, análise e cultura da urina. Pedras na bexiga, uma causa comum de cistite, algumas vezes podem ser percebidas na bexiga ou na uretra, durante o exame físico. A análise da urina avalia problemas como a presença de sangue, bactéria, cristais minerais, células cancerosas, proteínas e focos inflamatórios. Muitas vezes é necessária uma cultura de urina para determinar com precisão se há bactérias presentes e, em caso positivo, quais os antibióticos mais eficazes para o tratamento. Radiografias abdominais, algumas vezes com uso de contraste, são úteis na visualização da estrutura da bexiga e na determinação da presença de cálculos. Outra ferramenta que pode ser útil para o diagnóstico é a ultra-sonografia do conteúdo da bexiga. Este procedimento também permite que se faça a medição da espessura da parede da bexiga.
Prognóstico
O prognóstico varia de acordo com a causa da cistite. Se for devido a uma infecção bacteriana, o prognóstico é bom, com um tratamento utilizando um antibiótico apropriado. A correção cirúrgica de pólipos benignos ou de divertículos também apresenta bom prognóstico. Cálculos na bexiga podem ser removidos cirurgicamente ou dissolvidos, mas podem reaparecer. Tumores malignos ou cânceres da bexiga, têm um prognóstico reservado.
Transmissão ou Causa
Há diversas causas para a cistite em cães. A mais comum é a infecção bacteriana das vias urinárias. Outras causas incluem pedras na bexiga, que friccionam a parede do órgão, causando irritações, sangramentos e até o bloqueio parcial ou total do fluxo urinário. Pólipos são massas de tecido que crescem na bexiga e causam inflamações. Tumores também podem causar problemas de bexiga, incluindo hemorragias, e algumas vezes bloqueio parcial ou total da urina. O divertículo, outra causa da cistite, é um defeito anatômico na bexiga, em que uma bolsa se forma na parede do órgão. Este tipo de defeito pode ser microscópico ou grande o suficiente para ser visualizado em radiografias. Pode ocorrer o crescimento de bactérias na urina que se acumula nestas bolsas, resultando em infecção do trato urinário.
Tratamento
O tratamento depende da causa da cistite. A cistite bacteriana requer tratamento com antibiótico apropriado, que pode ser indicado pelo resultado da cultura da urina. O tratamento para as pedras na bexiga vai depender do tipo de pedra. Alguns tipos podem ser dissolvidos com dieta e medicação, enquanto outros precisam ser removidos cirurgicamente. Pólipos e divertículos também necessitam de correção cirúrgica. Os tumores algumas vezes podem ser removidos cirurgicamente e levados a um patologista para biópsia; esta informação é muito importante para determinar o melhor tratamento para cada tipo de tumor.
Prevenção
Não há prevenção para diversas causas da cistite. Se a infecção urinária crônica for resultado de desordens dermatológicas, como infecção da vulva, a higiene meticulosa da área e o tratamento da afecção de pele podem evitar a recorrência. Alguns tipos de pedras na bexiga podem ter sua ocorrência evitada com certas dietas e medicamentos.

DIÁLISE PERITONEAL

 
 
Finalidade
A diálise peritoneal é outro tipo de tratamento que substitui as funções dos rins. O objetivo é o mesmo da hemodiálise, tirar o excesso de água e as substâncias que não são mais aproveitadas pelo corpo e que deveriam ser eliminadas através da urina. Este tipo de diálise aproveita o revestimento interior do abdômen, chamado membrana peritoneal, para filtrar o sangue.
Como Funciona a Diálise Peritoneal
A membrana peritoneal tem muitos vasos sanguíneos. O sangue que circula na membrana peritoneal, assim como o sangue de todo o corpo, está com excesso de potássio, uréia e outras substâncias que devem ser eliminadas. Na diálise peritoneal, um liquido especial, chamado solução para diálise, entra no abdômen por meio de um tubo flexível (catéter). As substâncias tóxicas passarão aos poucos, através das paredes dos vasos sanguíneos da membrana peritoneal para a solução de diálise. Depois de algum tempo, a solução é drenada do abdômen e a seguir, volta-se a encher o abdômen com uma nova solução de diálise para que o processo de purificação seja repetido.
 
Quanto Tempo Dura Uma Sessão de Diálise
Cada sessão de diálise peritoneal leva em média 4 à 6 horas, sendo mais ou menos 40 minutos dentro do abdômen e 20 minutos de drenagem em média , por pelo menos 3 ou 4 ciclos, mas isso dependerá do quadro clinico do animal e de particularidades do peritônio (tipo de  peritônio),adequação da diálise, KTV entre outros, podendo se estender por mais de 12 horas.
 
Quais as Complicações da Diálise Peritoneal
A infecção do peritônio ou peritonite é a principal complicação da diálise peritoneal. Muitas vezes o início da infecção acontece no orifício pelo qual o catéter sai do corpo do animal. Esta infecção se não for tratada rápida e corretamente pode espalhar-se e infectar o peritônio determinando a peritonite. A peritonite também poderá se desenvolver se houver dificuldades em conectar ou desconectar o catéter das bolsas. Um dos primeiros sinais de peritonite é a mudança da cor e aspecto do liquido drenado que deve ser claro e fluido e com a peritonite, torna-se turvo e espesso. A peritonite poderá também se manifestar por febre, dor no abdômen, enjôos, vômitos e diminuição do apetite.
 
Dicas para Evitar a Peritonite
O procedimento deve ser feito com o máximo de rigor. Vigie o aparecimento de vermelhidão ou inchaço ao redor do cateter (nos casos de animais que ficam por dias com o cateter) e alerte o clínico de seu animal e a equipe de diálise veterinária.

Lembre-se, ao menor sinal indicativo de peritonite, procure atendimento médico veterinário. Não tente fazer nenhum tratamento sozinho pois a infecção pode levar o seu animal de estimação à uma situação mais grave rapidamente.

Outra complicação comum na diálise peritoneal é a dificuldade para infundir ou drenar o liquido no abdômen, que pode acontecer por entupimento do cateter, quando o animal é enviado para casa com ele ou mesmo durante o procedimento. Nesta situação, não tente medidas milagrosas para desentupir o cateter. Procure o centro de diálise veterinária onde você faz acompanhamento para que as medidas necessárias sejam tomadas.

Lembre-se, não deixe de comparecer com seu cão ao tratamento de diálise. É necessária a retirada das substancias tóxicas que estão sendo acumuladas no organismo de seu animal pois devem ser regularmente eliminadas para que ele viva bem.
 
Acompanhamento Médico Veterinário
Todas as formas de diálise necessitam de acompanhamento médico veterinário rigoroso. Apesar de na CAPD o paciente ter mais liberdade, isto não significa que esteja dispensado da avaliação médica periódica pelo clínico e da realização de exames laboratoriais.

Os exames laboratoriais são feitos periodicamente para verificar a quantidade de uréia, creatinina, potássio, cálcio, fósforo, glicose (açúcar) e ainda para verificar a presença e o grau de anemia, a possibilidade de infecções por bactérias ou vírus, entre outros.

Estes exames, feitos em períodos regulares, juntamente com a avaliação do seu clínico e da equipe de diálise veterinária vão mostrar com exatidão o estado de saúde e a adaptação de seu animal de estimação ao tratamento.

Lembre-se, a realização dos exames é importante na avaliação do tratamento. Portanto, não deixe de realizar exames periódicos.
 
A Diálise é a Cura Definitiva da Insuficiência Renal ?
A hemodiálise e a diálise peritoneal são tratamentos que substituem a função dos rins mas não são a cura da insuficiência renal.
As máquinas cada vez mais modernas e seguras, o maior conhecimento dos médicos veterinários e seus auxiliares e a possibilidade de uso de medicações que tratam a anemia e problemas ósseos, por exemplo, permitem que os animais vivam mais tempo e com melhor qualidade de vida.
 
Que Atividades Podem Ser Feitas ?
Um animal em tratamento dialítico, seja hemodiálise ou diálise peritoneal, deve ser capaz de fazer várias coisas da mesma forma que fazia antes de adoecer. Porém, com a idade e outras condições clinicas, as atividades físicas que exigem maiores esforços terão de ser limitadas.

INSUFICIÊNCIA RENAL EM FELINOS

 
Insuficiência do Rim, Insuficiência Renal, Doença do Rim
Animais Afetados:
Gatos de qualquer raça, sexo ou idade podem ser afetados, entretanto, animais mais velhos desenvolvem a doença com maior freqüência. A insuficiência renal crônica em gatos ocorre por volta dos nove anos. Alguns tipos de afecção renal podem ser transmitidos geneticamente nas raças Abissínia e Persa. Todos os animais e seres humanos podem ser afetados pela insuficiência renal crônica.
Visão Geral
Como os rins são órgãos vitais para a sobrevivência, a insuficiência renal crônica pode comprometer imensamente a vida de um gato. Quando funcionam apropriadamente, os rins filtram os resíduos da corrente sanguínea, que serão excretados pela urina. Um gato com mal funcionamento renal pode beber quantidades cada vez maiores de água e urinar com maior freqüência na tentativa de retirar da corrente sanguínea os resíduos que os rins não têm mais capacidade de eliminar através da urina. 


Eventualmente, os esforços do gato para compensar a própria insuficiência renal mostram se insuficientes. Com o agravamento da doença, podem ocorrer muitas complicações. Úlceras na boca e no estômago, anemia e infecções do trato urinário são conseqüências comuns em gatos portadores de insuficiência renal crônica. A pressão alta, que pode levar à cegueira, é uma das complicações mais graves. Geralmente, os gatos mais idosos têm insuficiência renal crônica e a doença tende a piorar com a idade.
Sinais Clínicos
Embora a poliúria e polidipsia sejam os primeiros sinais observados em cães com insuficiência renal crônica, apenas uma pequena quantidade de gatos apresentará estes sinais. Em geral, os proprietários observam letargia, anorexia, e perda de peso em seus animais. Vômitos, diarréia, úlceras gastro-intestinais, fraqueza e intolerância a exercícios também são observados com freqüência. Caso haja hipertensão, esta pode levar à cegueira de um dia para o outro. Resultados de exames físicos normalmente incluem desidratação, rins pequenos ou irregulares, caquexia, palidez das mucosas, úlceras orais e hálito urêmico.
Sintomas
Se um gato sofre de insuficiência renal crônica, seu proprietário poderá perceber sintomas típicos como cansaço, perda de apetite e perda de peso. Vômitos, diarréia, ingestão de água de lugares pouco habituais, aumento da quantidade de urina na caixa de areia, feridas na boca, mal hálito, fraqueza e facilidade para se cansar com qualquer atividade. Se o gato tem pressão alta, pode ocorrer perda de visão repentina.
Descrição
Os rins exercem várias funções de manutenção, vitais para o estado geral de saúde do gato. Eles filtram os resíduos para fora da corrente sanguínea e os excretam para a urina. Os rins também controlam os níveis de eletrólitos, de PH, e o estado de hidratação do gato. Além disto, os rins produzem hormônios essenciais como a eritropoietina, que estimula a medula óssea a produzir novos glóbulos vermelhos. Quando os rins começam a falhar, os sistemas orgânicos do gato começam a fazer ajustes em compensação. Por exemplo, o gato pode passar a beber mais água e a urinar com mais freqüência, numa tentativa de "se livrar" dos resíduos acumulados na corrente sanguínea e que deveriam ter sido eliminados pelos rins. Em algum momento, entretanto, o volume das disfunções vai avassalar o gato e ocorrerão sintomas mais sérios de insuficiência renal crônica. Na época em que os exames mostrarem alterações significativas que alertarem o veterinário para a presença de insuficiência renal, 75% do total do rim já devem ter parado de funcionar corretamente. A causa mais comum da insuficiência renal crônica é o processo normal de envelhecimento. A doença é progressiva e irreversível, ou seja, o prognóstico ou perspectiva de recuperação do gato é ruim. O tratamento, entretanto, pode trazer alívio de curto prazo aos sintomas e melhorar a vida do gato por algum tempo. Um gato com insuficiência renal crônica pode viver de algumas semanas a alguns anos com a doença, dependendo da gravidade e do estágio de evolução da doença.
Diagnóstico
O veterinário irá diagnosticar a insuficiência renal crônica após um exame completo e testes de laboratório, tais como hemograma completo, bioquímica do sangue e análise de urina. Outros exames que podem ser feitos incluem cultura da urina, radiografia, ultra-sonografia, e tomada da pressão sanguínea. Biópsias do rim, através de ultra-som ou cirurgia, podem fornecer informação adicional sobre a causa da insuficiência renal.
Prognóstico
O prognóstico de longo prazo para a insuficiência renal crônica é ruim, já que a doença é progressiva e irreversível. O gato tem uma expectativa de vida que varia de alguns meses a alguns anos. Alguns animais apresentam complicações graves que não podem ser revertidas mesmo com tratamento intensivo. A eutanásia é uma opção para os animais que estão em grande sofrimento.
Transmissão ou Causa
A maioria dos casos de insuficiência renal crônica é idiopática, ou seja, não tem causa específica. Gatos mais velhos tendem a desenvolver a doença porque há um declínio normal no funcionamento dos rins com a idade. Há certas condições médicas que tendem a resultar em insuficiência renal crônica, tais como, doença renal herdada ou congênita, toxinas nos rins, alta contagem de cálcio no sangue, e a glomerulonefrite, em que se verifica inflamação do Glomérulo (unidade funcional do rim). Outras doenças associadas à insuficiência renal incluem: infecção renal, policistite, pedras no rim, peritonite infecciosa dos felinos, obstrução urinária crônica e câncer. Além destas, existe um problema chamado amiloidose renal, em que há uma distribuição de proteínas dentro do rim, que pode levar a um quadro de insuficiência renal.
Tratamento
Gatos com insuficiência renal crônica muito grave necessitam de internação para tratamento com soro intravenoso, suporte nutricional e medicamentos. Manifestações menos graves da doença podem ser tratadas em casa com medicamentos e dieta apropriada. O veterinário pode recomendar determinados tipos de ração para gatos, que só estão disponíveis com prescrição médica que contém baixos níveis de proteínas, fósforo e sódio e devem, portanto, reduzir a sobrecarga sobre os rins. Outros medicamentos são indicados para controlar alguns sintomas da insuficiência renal, tais como, náusea, inapetência, desequilíbrio mineral e eletrolítico, deficiências hormonais e pressão sanguínea alta. É importante que haja água fresca todo o tempo ao alcance dos gatos afetados pela doença. O veterinário pode ensinar ao proprietário como administrar soro suplementar sob a pele, na chamada terapia líquida subcutânea. Este método é geralmente recomendado para animais com insuficiência renal crônica de moderada a grave. Recomenda-se a repetição de exames regularmente para monitorar a doença. O número de visitas ao médico veterinário irá variar de acordo com a gravidade da doença do gato e de sua resposta ao tratamento.
Prevenção
Gatos que sejam suspeitos de predisposição genética para o desenvolvimento de doença renal não devem ser cruzados. Gatos adultos e idosos devem ser monitorados para a detecção de sintomas anormais e devem receber atenção médica caso surjam sinais clínicos.