quarta-feira, 13 de março de 2013
DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA
A DII hoje é reconhecida
como uma das causas mais comuns de vômitos e diarréias em cães e gatos. O termo
doença intestinal inflamatória descreve um grupo de doenças intestinais crônicas
que são caracterizadas por uma infiltração difusa dentro da lâmina própria por
várias populações de células inflamatórias, incluindo linfócitos, plasmócitos,
eosinófilos, neoutrófilos e macrófagos. As doenças inflamatórias mais
diagnosticadas em gatos são a enterite linfocítico-plasmocítica, a enterite
linfocítica benigna e a colite linfocítico-plasmocítica. Em cães, os tipos mais
comuns de DII são a enterite linfocítico-plasmocítica e a colite
linfocítico-plasmocítica. As causas definitivas da DIIC em animais permanece
desconhecida, as causas mais pesquisadas incluem respostas imunes inadequadas de
mucosa, alterações de hipersensibilidade da mucosa, influências dietéticas e
microorganismos intestinais. Ocorre mais frequentemente em cães e gatos de
meia-idade a idosos. Um dos sinais clínicos mais comuns observados é o vômito,
nas doenças intestinais inflamatórias, o vômito é reconhecido como uma
ocorrência intermitente por semanas, meses ou anos, quase sempre acompanhado de
ânsias, podendo ser fluido claro, biliar ou espumoso, o sangue está raramente
presente, se presente pode indicar envolvimento gastrico concomitante (ex.
erosões, corpos estranhos, gastrite, neoplasia). Muitos pacientes com DII suave
têm uma rotina diária sem mostrar qualquer sinal de desconforto em relação aos
episódios de vômito. O segundo sinal mais comum é a diarréia, ela pode ser o
sinal mais comum em cães, podendo ser um único sinal clínico ou ocorrer em
conjunto com vômitos intermitentes. A diarréia pode ser aguda ou crônica, sendo
a última mais comum avalidada, que é responsiva ou temproariamente responsiva a
alterações na dieta ou no tratamento sintomático não específico. Deve-se
identificar primeiramente se o processo diarreico afeta o intestino
delgado,
intestino grosso ou ambos. Diarréias do intestino delgado são caracterizadas por
grandes quantidades de fezes de consistência mole, volumosas ou aquosas, podendo
ocorrer perda de peso e alterações clínicas graves de desidratação, anorexia,
apatia e esteatorréia. As diarréias de origem do intestino grosso são
de consistência mole, viscosa, listras intermitentes de sangue fresco podem
estar presentes, quantidade pequenas de fezes, com aumento na frequência de
tentativa de defecar, defecções em locais anormais, a maioria dos pacientes com
diarréia limitada de intestino grosso permanecem ativos e alertas, com apetite
normal e não perdem peso. Outros sinais clínicos podem estar presentes como
alterações em atitude, atividade, perda de apetite, perda de peso, etc. O
diagnóstico diferencial de doenças similares deve ser feito, ex. giardíase
crônica, hipertireoidismo, sensiblilidade alimentar, supercrescimento
bacteriano, insuficiência pancreática exógena, pitiose, deficiências de
cobalamina, etc. Um diagnóstico definitivo de DIIC pode somente ser feito
através de biópsia do intestino. Outros testes são feitos para avaliar a
condição do paciente e para descarte de outras doenças, hemograma, perfil
bioquímico completo, urinálise, coproparasitológicos, mensuração da tiroxina
sérica (gatos) e testes para FIV, FELV (gatos). Endoscopia é um importante teste
para avaliar a mucosa. Radiografias e Ultrasonografias auxiliam no diagnóstico.
O tratamento depende de cada caso, geralmente é feito através de terapia
alimentar, drogas imunossupressoras, antibioticoterapia (casos com infecções
bacterianas). Animais em tratamento com drogas imunossupressoras à longo prazo
devem ser monitorados através de hemograma quanto aos efeitos e complicações. Os
casos de DIIC podem ser controlados por longos períodos, porém podem ter
recidivas, necessitando de novos tratamentos.
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