Tem seu início quando os órgãos
reprodutivos iniciam sua função, sendo representada para a fêmea pelo 1º cio com
ovulação. Isto ocorre, entre outros motivos, pelo nível nutricional sob o qual
foram mantidas estas bezerras após o desmame, podendo antecipar ou retardar o
aparecimento do cio, em aproximadamente seis meses, variando ainda de raça para
raça.
Em termos médios, estima-se o seu
aparecimento para fêmeas bovinas de raças européias entre os 9 a 12 meses de
idade, sendo que para as raças Zebuínas, caracteristicamente mais tardias, pode
surgir fisiologicamente até os 24 meses e, para fêmeas ½ sangue (mãe zebuína X
pai europeu) normalmente entre 12 e 20 meses.
Com fins de utilização de novilhas
para a reprodução, devemos observar não só o aparecimento do cio, mas também, a
maturidade sexual, ou seja, associando desenvolvimento corporal a possíveis
dificuldades de parto e condições de nutrição para esta novilha gestante, de
modo que se mantenha crescendo , ganhando peso e chegando ao parto em boa
condição corporal.
Para novilhas mantidas em condições
intensivas, comumente em raças leiteiras, observa-se o aparecimento da puberdade
muito antes da maturidade reprodutiva.
12.2. CICLO ESTRAL
Passada a puberdade, está dado o
impulso à vida sexual, que se caracteriza por modificações periódicas envolvendo
diversos órgãos da fêmea. Estas modificações para os bovinos, estabelecem que, a
cada 21 dias em média, a fêmea "entra em cio", podendo variar este período
fisiologicamente entre 17 a 24dias. As novilhas têm intervalo e duração menor
que as vacas mais velhas.
O ciclo estral nos bovinos compreende
quatro fases:
1ª- Pré-cio: com
duração aproximada de 3 dias.
2ª- Cio: fenômeno fisiológico caracterizado por modificações diversas no comportamento da fêmea.
3ª- Pós-cio:, com
duração de 2 a 3 dias.
4ª- Anestro: com
duração aproximada de 14 dias.
Todas são de muita importância e para melhor
compreender cada fase, passo a descrevê-las com mais detalhes.
12.2.1. PRÉ-CIO
Tem seu início caracterizado por manifestações
psíquicas que normalmente passam desapercebidas pelo homem, no entanto, o touro
ou o rufião são capazes de reconhecer a proximidade do cio.
A medida que vai se aproximando a hora do cio,
estas manifestações tornam-se mais intensas, portanto, antes do cio, a fêmea
mostra muitos sinais facilmente identificáveis pelo Inseminador por um período
que dura de 4 a 10 horas.
Neste período os sinais são os
seguintes:
- inquietação, nervosismo;
- cauda (rabo) erguido;
- urina freqüentemente;
- vulva inchada e brilhante;
- fica cabeça com cabeça, como que em
disputa;
- diminuição do apetite;
- mugir constantemente;
- liberação de muco (que deve ser cristalino e
transparente);
- diminuição da produção de leite;
- tende a agrupar-se a outros animais;
- monta em outras fêmeas
mas ainda não se deixa montar.
12.2.2. RECONHECIMENTO DO CIO
Basicamente com um bom manejo, fornecemos ao
animal condições para a manifestação do cio. Cabe ao Inseminador a tarefa de
maior importância no processo de Inseminação Artificial, ou seja, a observação
correta do cio. Muitos insucessos em programas de Inseminação estão relacionados
com falhas na observação do cio.
Com duas (ou três) observações diárias, uma no período da manhã entre as 5 e 6 horas e outra no período da tarde entre as 5 e 6 (17 h. e 18 h.) horas (sempre aproximar de 12 horas entre uma observação e outra), em um rebanho sadio com fêmeas vazias em idade reprodutiva, ocorre manifestação de cio em 2 a 5% ao dia em média.
De modo geral, com 2 a 3 observações diárias, duas
pessoas (enquanto uma cerca o lote, no canto da cerca, no saleiro, na manga, a
outra se movimenta entre os animais), dispensando pelo menos 40 minutos em cada
"rodeio" (o tempo de rodeio está diretamente relacionado com o tamanho do lote,
da área e as condições de realizá-lo), terá o Inseminador condições de detectar
o cio.
A prática da Inseminação deve ser realizada com
qualquer tempo, independente de sol, chuva, calor ou frio, sábado e domingo,
feriado ou não, pois nem a vaca e nem o Inseminador escolhem a data e o momento
da manifestação de cio.
Devemos evitar lotes maiores que 300-400 animais,
assim como de mantê-los em pastos muito distantes.
O Inseminador deve estar atento ao comportamento
do rebanho movimentando-se tranqüilamente entre ele e observando principalmente
o posterior das fêmeas a procura de sinais indicadores, e quando de alguma
suspeita não comprovada, aproximar o rufião destas fêmeas e ver como se
comportam.
O "aparte" das vacas a serem inseminacaodas, deve
ser realizado de forma tranqüila, sem muita correria. Este aparte deve ainda ser
realizado juntamente com o rufião ou daquelas companheiras do lote em questão.
Em criações extensivas é aconselhável o uso de "sinuelos", para evitar que os
animais apartados do lote se dispersem dificultando o manejo. Evitar de manter
presas no curral as fêmeas a serem inseminacaodas por longo período de tempo,
evitando ao máximo o estress. Quando houver necessidade, manter em uma manga
próximo ao curral, com água, pasto e sal mineral.
A grande maioria das fêmeas entra em cio à noite e
de madrugada sendo observadas em cio no rodeio efetuado pela manhã (em torno de
60-70%), e portanto, serem inseminacaodas na tarde do mesmo dia, como regra
geral. A quantidade de matrizes que se encontram aceitando monta no período da
tarde é de 30-40%.
Todo Inseminador deve possuir uma caderneta de
campo (que é um documento e deve ser guardado como tal, mesmo que tenha sido
"passado a limpo") onde, em cada
Podemos notar que o animal no cio apresenta os mesmos sintomas
do pré-cio, com a diferença que no cio a fêmea aceita a monta. É importante
observar que todos estes sinais vão diminuindo em freqüência e intensidade, à
medida em que se aproxima o final do cio.
A fêmea apresenta um período relativamente longo de alta fertilidade algumas horas antes e após o término do cio.
12.2.7. ANESTRO
12.2.9. HEMORRAGIA DE METAESTRO
12.2.10. CIO DE ENCABELAMENTO
12.2.11. CIO SILENCIOSO
12.2.14. INTERVALO ENTRE PARTOS
observação de cio, anota o número das vacas a serem inseminacaodas
e aquelas a serem observadas no próximo "rodeio" com mais atenção (podem estar
apresentando algum sintoma de pré-cio, ou outra observação que julgar
importante).
É comum o uso de "bisnagas" com tinta xadrez
(misturada ou não), para borrifar sobre os animais em cio, variando as cores de
tempos em tempos.
Cabe ao Veterinário a escolha do uso ou não de
rufiões, assim como do uso de acessórios como o buçal marcador (chimball) preso
ao pescoço do rufião, contendo uma mistura de pó xadrez (tinta) e óleo queimado,
onde durante a monta, a mistura é liberada do buçal, identificando assim os
animais que manifestaram cio, ou outros auxiliares na detecção do
cio.
Não esquecer que o olho do Inseminador é que irá
definir sim ou não, e quando da inseminacaoção; portanto o olho do Inseminador é
de suma importância e não pode ser substituído.
O Inseminador deve ficar atento para os locais
onde o buçal marca (anca, pescoço, omoplata ou o lombo), pois cada um tem uma
interpretação.
A incidência de cios muito curtos e de cios
noturnos é menor que 5%, onde o uso de rufiões com buçal marcador passa a ser
importante.
O rufião é apenas um auxiliar.
É muito comum observar demonstração de cio longe
do rufião.
Os rufiões podem ser de duas formas
basicamente:
- Os "rufiões machos" deverão ter
aproximadamente 12 meses, quando o Médico Veterinário procede a cirurgia (com
suas várias técnicas) para evitar a penetração durante a monta;
- "vacas androgenizadas", sendo
estas de minha preferência. Consiste na escolha de vacas (ou novilhas) com
características fenotípicas (aparência externa) mais masculinizadas, de
preferência vazias e do mesmo lote a serem inseminacaodas.
A estas vacas é aplicado testosterona, normalmente
1 a 1,5 grama como dose de indução (500-750 mg/i.m. e 500-750mg/s.c.), a
resposta positiva acontece em aproximadamente 7 a 10 dias e como resultado temos
em média 70% com resposta boa e o restante não responde ao tratamento; e como
dose de manutenção (a ser aplicadas àquelas que responderam a dose de indução)
500-750mg/s.c. a cada 15 dias (após a dose inicial), por período igual à duração
do programa de I.A. (alguns animais, após a segunda aplicação, já não necessitam
mais da reposição hormonal, pois respondem continuadamente). Ao final da estação
de inseminacaoção estas rufionas deverão estar "gordas" (efeito causado pelo
hormônio masculino que receberam) e poderão ser abatidas (respeitando o período
de carência), retornando ao criador, os valores gastos com as aplicações, sem a
necessidade de mantê-las para uma próxima estação reprodutiva. Como resultado
temos rufionas menos seletivas (não ficam atrás da mesma fêmea em cio durante
todo o tempo), mais atuantes, adaptadas ao lote. Para a escolha dos fêmeas a
serem utilizadas como rufião, devemos observar que sejam do mesmo lote e que
tenham características mais masculinizadas.
A utilização de rufiões (machos ou fêmeas, com ou
sem buçal marcador, ou outros auxiliares), bem como os horários de observação de
cio, deverão ser acertados com o Médico Veterinário, segundo as conveniências de
cada caso.
Ainda podem ser utilizadas vacas com disfunção
hormonal ou genética que se comportem como rufionas.
A proporção de rufiões pode ser semelhante à do
uso de touros, ou menor, variando de condição para condição (não esquecer que
rufião é apenas auxiliar).
Bezerros em aleitamento ou recém-desmamados também
auxiliam na detecção de cio.
O Inseminador menos experiente deve fazer uso de
rufiões para ajudá-lo nas suas conclusões. Isso não quer dizer que os mais
experientes não devam usá-lo.
Ampolas com corante aderidas à anca , também
poderão ser usadas, mas são de custo elevado e questionável nestas condições
climáticas. Há outros meios de detecção de cio (inclusive eletrônicos) ainda em
estudo.
No entanto, nunca é demais lembrar que nenhuma
forma de observação de cio será tão eficiente quanto aquela desempenhada pelo
Inseminador competente, responsável e interessado pelos resultados dos
trabalhos.
12.2.3. CIO
Por definição é o período em que a fêmea aceita a
monta, ou, o período em que ela fica parada, enquanto outro animal salta sobre
ela. É um fenômeno fisiológico caracterizado principalmente pelas mudanças no
seu comportamento.
Alguns autores dão como o início do ciclo estral o
dia em que a fêmea encontra-se no cio.
A sua duração relaciona-se, entre outros fatores
com a raça, encontrando-se deste modo, para Zebuínos, períodos bastante curtos,
em torno de 3 a 5 horas, os quais para raças européias se estende, em média, por
6 a 18 horas.
Vamos ver adiante que ela mostra muitos sinais mas
só podemos afirmar que determinada fêmea está em cio, se ela estiver aceitando
ser montada.
A partir do momento em que a fêmea passa a aceitar
a monta, podemos dizer que a fase do cio propriamente dito, teve início neste
instante. Observam-se que, no cio, acontecem as maiores alterações
comportamentais do ciclo estral, tais como:
-redução do apetite;
- redução da produção de leite;
- liberando muco;
- urina constantemente;
- vulva inchada e brilhante;
- farejar e lamber animais e até mesmo
pessoas;
- repetidas tentativas de saltar sobre membros do
rebanho e até mesmo sobre os rufiões;
- inquietude, nervosismo;
- caminham bastante;
- agrupam-se em torno do rufião ou
touro;
- mugir constantemente, podendo até mudar o tom,
entre outros;
- aceita a monta, como principal
característica;
Se faz necessário tecer comentários sobre a
liberação de muco, porque este é um bom indicativo da condição intra-uterina e
pode nos revelar algumas patologias.
O muco deve ser cristalino e transparente
(semelhante a clara de ovo), podendo aceitar um pouco de sangue vermelho vivo
(proveniente do rompimento de pequenos vasos da região do clitóris).
Quando o muco estiver em condições diferentes das
acima citadas, a Inseminação não deve ser realizada; deve-se anotar na ficha da
vaca detalhes de como este muco se apresentou, ou seja, cor amarelada (pús),
sangue escuro, e comunicar imediatamente ao Veterinário para que este possa
tomar as devidas providências.
12.2.4. MOMENTO IDEAL DE INSEMINAR
O final do cio é caracterizado pelo momento
em que a fêmea recusa ser montada, ou seja, não mais aceita a
monta.
Este momento é muito importante para ser
observado. É a oportunidade ideal para se depositar o
sêmen no aparelho genital da vaca - no início do corpo do útero. É justamente
agora que se tem a maior chance de fecundar a vaca pelo processo de Inseminação
Artificial.
A fêmea apresenta um período relativamente longo de alta fertilidade algumas horas antes e após o término do cio.
Diante das dificuldades de proceder a Inseminação
Artificial no horário ideal (final do cio), recomenda-se o esquema abaixo, que é
bastante prático e vem sendo utilizado com bons resultados a muito anos (esquema
de Trimberger).
As vacas observadas em cio (aceitando monta) pela manhã, deverão ser inseminacaodas na tarde do mesmo dia.As vacas observadas em cio à tarde, deverão ser inseminacaodas na manhã do dia seguinte, bem cedo.
As vacas inseminacaodas, segundo este esquema,
estarão sendo inseminacaodas próximas ao final do cio, portanto, numa faixa de
alta fertilidade, obtendo bons resultados.
É bom lembrar que a maioria das fêmeas entra em
cio à noite e de madrugada, sendo observadas em cio pela manhã. Para estas
fêmeas deve-se ficar bem atento com o final do cio, já que em Zebuínos esta fase
é bem curta.
É comum também, quando em determinada observação,
notar poucos sintomas ou nenhum em determinado animal, e, na observação
seguinte, notar sinais de que a fêmea esteve em cio.
Após ter certeza de que esta fêmea não mais aceita
a monta, para este específico animal recomendo que se proceda a Inseminação
Artificial após o rodeio. Ainda em particular, teremos determinados animais com
cio bastante longo e que são inseminacaodos ainda em cio.
Quando do rodeio seguinte, após termos adotado a
Inseminação, este animal ainda pode apresentar sintomas de cio, o mesmo deve ser
novamente inseminacaodo, devido ao longo período de cio.
Como resumo, podemos dizer que devemos proceder o
ato da inseminacaoção artificial na vaca, no final do cio ou no início do pós
cio. Para tanto, é necessário que se conheça o momento exato do final do
cio.
Há situações (principalmente em gado de corte) em
que o Veterinário pode optar por um programa diferente, normalmente em áreas
muito grandes, onde se efetive um turno único de Inseminação. A grande maioria
das fêmeas, principalmente Zebuínas tem ciclos mais curtos, e para facilitar o
manejo, as inseminacaoções são feitas pela manhã, logo após os trabalhos de
observação de cio - em todas as fêmeas detectadas em cio na tarde anterior e
naquela manhã, ou seja:
As vacas observadas em cio (aceitando monta) à tarde, devem ser inseminacaodas na manhã seguinte;
As vacas observadas em cio (aceitando monta) pela manhã, devem ser imediatamente inseminacaodas (logo após a observação de cio).
Com isto se obtém a vantagem de ser bastante
prático e de fácil execução, indicado em fazendas com pastos muito grandes e com
número também grande de animais, evitando ainda o "stresse", causado pelas horas
de mangueiro ou simplesmente de apartação do lote (quando se trata de uma
apartação diária).
Com esta medida consegue-se obter, também, ótimos
resultados de prenhes.
12.2.5. PÓS-CIO
É quando a fêmea já não mais aceita a
monta e suas manifestações psíquicas já são pouco características. A
ovulação ocorre, em geral nos bovinos, 6 a 12 horas após o final do cio (quando
não mais aceita a monta), É a fase do ciclo estral onde todos os sinais
anteriores citados já não mais acontecem e a fêmea volta a se comportar
normalmente, voltando a se alimentar e se desinteressar pelas
companheiras.
A vaca inseminacaoda que repete o cio mais de uma
vez, pode ser posta com o touro desde que não se diagnostique nenhuma
anormalidade. Contudo ela deve ser eliminada se permanecer vazia após a estação
de monta, o que contribui de forma decisiva para a seleção por
fertilidade.
12.2.6. ANESTRO FISIOLÓGICO
O anestro ocorre devido ao predomínio da
progesterona sobre o estrógeno, impedindo o desenvolvimento folicular e a
manifestação dos sinais de cio. É o período de completa inatividade sexual,
durante o qual não ocorre nenhuma manifestação de cio.
Não é doença, mas, sim um repouso sexual e com
duração aproximada de14 dias em fêmeas com idade reprodutiva.
No final desta fase, caso não haja gestação, o
ovário começa a sofrer influência hormonal dando início a novo ciclo
estral.
É observado durante o período que antecede a
puberdade das fêmeas, na gestação e durante o pós-parto (puerpério
fisiológico).
12.2.7. ANESTRO
A principal causa é a nutricional (a nutrição
inadequada piora as condições corporais da vaca aumentando o período de
anestro), acompanhada de fatores ambientais como a estação do ano, lactação,
distúrbios hormonais, hipoplasias, cistos, fetos mumificados ou macerados,
piômetras, endometrites, etc..
Nesta fase o canal cervical encontra-se fechado e
com pouco muco existente e de baixa viscosidade; caso o Inseminador tente passar
o aplicador indevidamente vai sentir a diferença de quando está no
cio.
Após o puerpério pode ocorrer anestro
principalmente pela amamentação devido à freqüência e à intensidade, podendo se
prolongar se houve restrição alimentar durante o terço final da gestação ou
lactação.
Nos períodos de deficiência nutricional,
suplementar os bezerros, utilizar o aleitamento interrompido, a desmama precoce
ou antecipada podem reduzir as necessidades alimentares da vaca, antecipando
assim, o retorno do cio no pós-parto, aumentando a eficiência
reprodutiva.
As deficiências minerais em geral provocam os mais
variados efeitos sobre as funções produtivas e reprodutivas dos bovinos,
inclusive levando ao anestro prolongado, o que ocorre devido a falta de alguns
elementos minerais que exercem efeito direto sobre a esfera sexual, enquanto
outros atuariam apenas indiretamente, pelo aumento do consumo de
alimentos.
O fósforo é, dentre os minerais ,aquele que exerce
maior efeito sobre as funções reprodutivas dos bovinos, seja atuando direta ou
indiretamente nas funções dos órgãos reprodutivos.
O primeiro sintoma causado pela deficiência de
fósforo sobre o organismo animal é a perda do apetite, tendo efeito indireto
sobre a reprodução, em conseqüência da redução do consumo de alimentos, causando
o estado de subnutrição, atuando de forma negativa sobre o ciclo
estral.
12.2.8. PUERPÉRIO FISIOLÓGICO
Após o parto, o útero necessita de algum tempo
para retornar próximo ao seu tamanho normal e se preparar para novo ciclo
reprodutivo.
Pode variar em condições normais de sanidade de 30
a 45 dias.
12.2.9. HEMORRAGIA DE METAESTRO
Alguns animais podem apresentar pequena quantidade
de muco geralmente sanguinolento, de dois até cinco dias após o cio,
principalmente em novilhas, associado à ruptura de pequenos capilares no útero,
em conseqüência do alto nível de hormônio.
Isto ocorre independente do animal ter sido
inseminacaodo ou não, coberto ou não, emprenhado ou não.
Geralmente, as fêmeas européias apresentam maior
volume de sangue. E em gado leiteiro, pelo tipo de criação, é mais fácil de ser
observado pelo tipo de manejo, mas ocorre normalmente em todas as fêmeas com
maior ou menor intensidade.
12.2.10. CIO DE ENCABELAMENTO
É um cio falso que uma pequena porcentagem de
vacas pode ocasionalmente apresentar. Ocorre por volta do 5º mês de gestação,
daí o seu nome, pois o bezerro está "encabelando" no útero materno.
Neste cio normalmente não ocorre eliminação de
muco, uma vez que o colo está fechado e no seu interior encontra-se o "tampão
mucoso".
O Inseminador menos avisado pode tentar
inseminacaor esta fêmea, mas o trânsito do aplicador é dificultado e a sensação
de "grude" durante a passagem do aplicador é sempre observada nestes
casos.
O rompimento deste tampão pode levar ao
aborto.
No entanto, um Inseminador consciente e observador
dificilmente cometerá este erro.
Além disso, o Inseminador deve observar a ficha da
vaca antes de inseminacaor e, em caso de dúvida, comunicar ao
Veterinário.
12.2.11. CIO SILENCIOSO
Também ocorre em pequena porcentagem no rebanho. É
assim chamado porque o animal não apresenta nenhum sinal externo de cio passando
por isso desapercebido do Inseminador.
O simples fato de, após uma Inseminação não
ocorrer o retorno ao cio, não significa obrigatoriamente gestação positiva, o
que só pode ser confirmado mediante diagnóstico de gestação em tempo
hábil.
Geralmente ocorre por alimentação desequilibrada,
excesso de proteína, manejo inadequado, excesso ou carência de fósforo, além de
outros fatores que levam a um distúrbio hormonal.
Podemos suspeitar de cio silencioso ao examinarmos
a ficha do animal e constatar repetições de cio a intervalos maiores, porém
múltiplos de 21. Por exemplo: repetições de cio com 42, 63 dias,
etc..
Esta repetição verificada com freqüência nos
indica a uma suspeita de estar havendo falhas na observação de cio. Isso nos
leva a pensar e concluir que, na prática, é até bom não detectar esse tipo de
cio, pois geralmente ele não é acompanhado de ovulação.
12.2.12. GESTAÇÃO
O período de duração da gestação é de
aproximadamente 285 dias (9,5 meses), podendo variar fisiologicamente em 15 dias
para mais ou para menos, dependendo da raça, idade, tamanho do bezerro,
condições externas, etc..
Durante a gestação ocorre a dilatação do útero
(também chamado de "mãe do corpo") para acomodar o feto que ali se
desenvolve.
Ver tabela em anexos.
12.2.13. INTERVALO
PARTO-CONCEPÇÃO
O período que vai do parto até a concepção deve
ser de no máximo 115 dias (ideal abaixo de 100 dias). No entanto, devemos
procurar alcançar o mínimo de tempo possível (45-60 dias).
Quanto mais cedo ocorrer a concepção, menor o
intervalo entre partos e maior a eficiência reprodutiva do
rebanho.
12.2.14. INTERVALO ENTRE PARTOS
Depende do sistema de exploração pecuária onde
temos a pecuária extensiva, com intervalos de até 24 meses. No entanto, com
manejo e alimentação diferenciados, o intervalo pode reduzir para até 12 a 13
meses (365-400 dias), onde obteremos os melhores índices produtivos, pois quando
atingimos intervalos entre partos curtos é porque o conjunto de medidas adotados
na propriedade como um todo, está basicamente correto.
Podemos notar que as variáveis são poucas. Assim,
devemos trabalhar para diminuir o intervalo entre parto e concepção.
Este é o principal responsável pela ineficiência
reprodutiva
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