terça-feira, 30 de abril de 2013

DIABETES

O que é Diabetes ?
  
Diabetes
 
A Diabetes é um problema hormonal em que o organismo não é mais capaz de manter o nível de glicose (açúcar) do sangue nos seus parâmetros normais. Esta é uma patologia que pode (e deve) ser tratado o mais rápido possível, para evitar complicações, porém não é curável. É um problema muito comum e se não for tratada da maneira correta, pode levar o animal a situações de emergência e muitas vezes a morte.

A diabetes é um problema decorrente da falta de um hormônio chamado Insulina. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, que se localiza perto do estômago. O pâncreas possui pequenas glândulas chamadas Ilhotas de Langerhans, que são as responsáveis pela produção de insulina.

A insulina faz com que a glicose que está circulando no sangue, penetre nas células do organismo para que seja utilizada e transformada em energia. A quantidade de açúcar circulante é chamada Taxa de Glicose (TG). Na maioria das pessoas e dos animais, a TG oscila entre 60 e 120 devendo estar em média na faixa de 80 à 100. Em um mamífero normal, sempre que a TG começa a subir, normalmente durante e após alimentação, o pâncreas libera insulina para controlar o nível de açúcar no sangue. Em animais diabéticos ou a insulina não é produzida ou a quantidade liberada não é suficiente ou a insulina pode estar sendo produzida de forma defeituosa e por isso não funciona.

Quando a insulina não é produzida na quantidade necessária ou é produzida defeituosa, o organismo não conseguirá utilizar a glicose que está circulando no sangue com fonte de energia. Quando isso ocorre, a TG começa a subir gerando um quadro de Hiperglicemia. A hiperglicemia pode levar a uma situação conhecida como Coma Diabética. Esta é uma situação de emergência que se não for tratada leva à inconsciência que poderá ser seguida de morte. (Isso é um processo relativamente lento). Para tratar a hiperglicemia, a insulina deve ser injetada no corpo do animal, agindo como um substituto da insulina natural. Esta insulina que é injetada pode ser de origem humana, suína ou bovina.

O oposto da hiperglicemia é a Hipoglicemia (conhecido como choque diabético) que ocorre quando há um excesso de insulina ou uma baixa TG (baixa taxa de glicose no sangue). Este é um quadro de emergência!!! Nesta situação, o animal entra rapidamente em um estado de inconsciência, podendo chegar a falecer. Deve se dar açúcar (glicose) para o paciente. Se o cão está consciente e é capaz de deglutir, deve-se dar açúcar ou doces por via oral. Se ele estiver inconsciente, coloca-se um pouco de açúcar debaixo da língua ou utiliza se qualquer fonte de açúcar debaixo da língua e esfregando nas gengivas. Em uma clínica veterinária, aplica-se dextrose endovenosa (é a glicose só que em outra forma). A recuperação normalmente é bastante rápida e o animal estará bem em questão de minutos.

O tratamento da diabetes (o controle da TG), dependerá se o animal necessita de aplicação de insulina ou apenas através de um controle da dieta. A diabetes juvenis (tipo 1) é insulino- dependente, e este animal necessitará de doses diárias de acordo com a sua alimentação. A diabetes de adultos (tipo 2), é um tipo de diabetes adquirido depois de certa idade. Muitas vezes este tipo de diabetes não requer o uso de insulina. O controle da TG é feito através de um balanceamento da dieta. A diabetes também pode ocorrer em cadelas prenhas (diabetes gestacional). Este problema normalmente desaparece após o parto.
  Sintomas clássicos da diabetes:
 
Polidipsia (o cão bebe um volume de água excessivo)

Poliúria (o cão produz um volume urinário excessivo)

Emagrecimento nítido e rápido, apesar de estar se alimentando bem

Lesões de pele de difícil cicatrização

Problemas cardíacos

Tendência à formação de Trombos (coágulos no sistema circulatório)

Caso o seu animal apresente alguns desses sintomas (ou todos) procure imediatamente o seu médico veterinário.


Diabetes Mellitus
 
 
Animais Afetados A variação média de idade para o aparecimento da diabetes em cães é de quatro a catorze anos, com a maior parte dos casos ocorrendo entre sete e nove anos de idade. Embora os machos também sejam afetados pela doença, a ocorrência em fêmeas é duas vezes maior. Suspeita-se de predisposição genética para a diabetes em algumas raças como Keeshond, Pulik, Cairn Terrier e Pinscher Miniatura. Além destes, Dachshunds, Schnauzers Miniatura, Poodles e Beagles também são freqüentemente afetados pela doença. Qualquer cão, entretanto, pode desenvolver diabetes mellitus.
Visão Geral Caracterizada por altas concentrações de glicose no sangue e na urina, a diabetes mellitus é uma das desordens hormonais mais comuns no cão, e quase sempre requer tratamento com insulina por toda a vida. Adicionalmente, uma alta taxa crônica de glicose no sangue e na urina pode causar complicações graves, tais como infecções, cataratas, cetoacidose diabética, desordens do sistema nervoso e doença renal. Se não forem tratados, os cães diabéticos poderão apresentar essas e outras complicações e morrerão precocemente. Os cães diabéticos são tratados com injeções de insulina, mudança de dieta e exercícios.

Algumas pessoas com diabetes podem usar medicação hipoglicêmica oral, mas estes medicamentos normalmente não são úteis em cães. Para regularizar os níveis de glicose no sangue, os cães diabéticos precisam de várias consultas ao veterinário nos estágios iniciais do tratamento, devendo depois passar por exames periódicos de manutenção.

No início, pode ser difícil para o proprietário, aplicar injeções de insulina diariamente, mas a maioria depois consegue dar conta do recado. Com tratamento apropriado e monitoramento, muitos cães diabéticos conseguem manter uma excelente qualidade de vida.

Sinais Clínicos Os sinais comumente observados incluem polidipsia, poliúria, polifagia, e perda de peso. Dependendo do estágio da doença, pode também ocorrer obesidade, cataratas, desidratação, letargia, fraqueza e halitose cetônica.
Sintomas Os sintomas comuns notados em cães diabéticos incluem sede excessiva, aumento do volume de urina e incontinência urinária. Os cães afetados muitas vezes perdem peso, apesar do aumento de apetite. Outros sintomas podem incluir perda de visão, cansaço e fraqueza.
Descrição A Diabetes mellitus se caracteriza por altas concentrações de glicose no sangue e na urina. A doença geralmente ocorre em decorrência da diminuição da produção de insulina pelo pâncreas ou funcionamento deficiente da insulina nos tecidos orgânicos. Em ambos os casos, o sistema orgânico canino torna-se incapaz de regularizar o fluxo de glicose na corrente sanguínea. Se este problema for deixado sem diagnóstico e tratamento pode se tornar uma enfermidade mais grave e levar a morte. Algumas vezes, entretanto, a diabetes mellitus pode desaparecer quando ocorrer em fêmeas não-castradas.

Embora haja dois tipos de diabetes mellitus em cães, a dependente e a não-dependente de insulina, a última ocorre raramente. Esta discussão se limita a diabetes mellitus dependente de insulina. Da mesma forma que os seres humanos, os cães afetados por esta forma de doença irão precisar de administração de insulina por toda a vida, com o objetivo de manter sob controle os níveis de glicose no sangue. Alguns cães aceitam bem e respondem ao tratamento com sucesso. Outros não reagem, mesmo ao tratamento mais intensivo, especialmente se apresentarem complicações múltiplas.

Diagnóstico A presença dos sinais clássicos de diabetes geralmente aponta para a necessidade de exames laboratoriais. A chave para o diagnóstico são os altos níveis de glicose no sangue e na urina. Um estágio mais avançado e crítico da doença é normalmente percebido pela presença de corpos cetônicos na urina. Esta forma complicada de diabetes é conhecida como cetoacidose diabética.

O veterinário deve pedir exames, inclusive um hemograma completo, sorologia e bioquímica do sangue e análise da urina, para descartar a possibilidade de outras doenças que possam provocar sinais semelhantes aos vistos na diabetes. Em alguns casos, os resultados iniciais podem indicar a necessidade de exames mais específicos.

O veterinário também pode programar uma internação hospitalar para o cão, com o objetivo de fazer uma série de checagens da taxa de glicose no sangue, a cada uma ou duas horas, por um período de 12 a 14 horas. Esta série de testes, chamada de curva glicêmica, fornecerá informações sobre a eficácia da dose de insulina administrada e quando tempo dura o efeito de cada dose. De acordo com os resultados, o veterinário pode ajustar o tipo de insulina, a dosagem e a freqüência da administração para manter o nível de glicose no sangue dentro dos padrões normais, por períodos de 24 horas.

Prognóstico O prognóstico depende de um número de fatores. A recuperação do cão vai depender da disposição do proprietário em seguir o tratamento, da capacidade do animal de responder à insulina, da idade do cão no início da doença, da presença de outras afecções simultâneas e do aparecimento de complicações da diabetes. Com cuidado e dedicação do proprietário, consultas periódicas e um trabalho de equipe entre o dono e o médico veterinário, muitos cães diabéticos podem levar uma vida saudável por vários anos. Para os animais de estimação que não respondem bem ao tratamento ou cujos donos não querem seguí-lo, pode-se esperar uma diminuição da qualidade e da expectativa de vida.
Transmissão ou Causa Acredita-se que a diabetes pode ser causada por múltiplos fatores. Entre eles, podemos considerar a predisposição genética, infecção, medicamentos, disfunção pancreática, obesidade, cio em fêmeas não-castradas e doenças simultâneas.
Tratamento As metas do tratamento são devolver ao cão a sua saúde normal e evitar complicações decorrentes da taxa elevada de glicose no sangue. Entre as complicações possíveis estão as infecções do trato urinário, do aparelho respiratório e da pele, cetoacidose ou distúrbio metabólico grave, cataratas, que levam à perda de visão, pancreatite, ou inflamação do pâncreas, e outras menos comuns. O método de tratamento inclui administração apropriada de insulina, dieta, programa de exercícios e controle de doenças simultâneas.

Fêmeas inteiras precisam ter os ovários extirpados assim que a diabetes se estabiliza para evitar perturbações no controle da doença, devido a flutuação dos hormônios relacionados à reprodução. Algumas cadelas que ainda possuem os ovários poderão ficar sem apresentar sintomas da doença e portanto, sem necessidade de tratamento após uma ovário-histerectomia.

O veterinário escolherá o tipo de insulina apropriado para o cão. As fórmulas mais comuns de insulina são derivadas de uma combinação de insulina de vaca e porco, de porco purificada e de insulina humana modificada. Muitos médicos agora usam este último tipo por ser facilmente encontrável. Os tipos de insulina incluem a cristalina normal, NPH, PZI, lente e ultra-lente. O veterinário vai indicar a dose unitária específica de insulina com base em diversos fatores, inclusive o peso do animal e o tipo da insulina. A meta não é obter o controle absoluto da doença, mas, antes, permitir ao cão e ao proprietário se acostumarem com a nova rotina de injeções diárias e alterações na dieta.

O cão é re-examinado normalmente uma vez por semana. É comum o médico veterinário reajustar o esquema de insulina durante as consultas. As doses de insulina não devem ser reajustadas em casa, a menos que o médico veterinário tenha dado instruções específicas. As curvas glicêmicas e outros exames são necessários durante todo o tratamento para que se possa monitorar cuidadosamente a resposta do animal ao tratamento. Alguns cães se estabilizam com uma certa facilidade, quando respondem bem ao tratamento. Outros animais demoram muito mais tempo, ou nunca se estabilizam, especialmente se têm outras enfermidades simultâneas. Alguns cães passam por um "período de lua de mel", inicialmente, parecem reagir bem à insulina, mas perdem o controle durante os seis primeiros meses de tratamento. A monitoração cuidadosa dos níveis de consumo de água e volume urinário do cão irão alertar o proprietário para problemas com o controle da diabetes, o médico veterinário deve ser notificado se os sintomas não desaparecerem, ou se retornarem. O sucesso do controle da doença é definido pelo desaparecimento dos sintomas, incluindo a sede e a urina excessiva, a estabilização do peso, a normalização do comportamento e uma glicemia normal , comprovada nos exames de sangue.

Muitos cães diabéticos são obesos. Para a otimização do controle da glicose, deve-se aos poucos, corrigir a obesidade nos pacientes diabéticos, deve levar vários meses para o cão atingir o peso ideal recomendado pelo veterinário. Adicionalmente, o veterinário pode sugerir um tipo específico de dieta. As rações comerciais com alto teor de fibras e carboidratos complexos são geralmente recomendadas para animais diabéticos porque ajudam a diminuir as flutuações da taxa de glicose depois das refeições. A ingestão calórica diária deve ser dividida por várias refeições e servida no período de tempo de ação da insulina.

O exercício é altamente recomendável, devido a seus efeitos benéficos no controle dos níveis de glicose e para a perda de peso. Se o cão não tem uma rotina estruturada, recomenda-se começar com caminhadas curtas e, aos poucos, aumentar o tempo destas até um nível tolerável.


Prevenção Pode não ser possível prevenir a diabetes mellitus. Entretanto, a manutenção do peso ideal do cão e a introdução de exercícios regulares em sua rotina podem ser benéficas. Os proprietários também devem prestar muita atenção ao que o cão bebe e come, bem como ao volume urinário. Se notar qualquer anormalidade, o dono deve procurar um médico veterinário. A detecção precoce pode facilitar o controle da doença ou, pelo menos, evitar complicações graves.

Procedimentos de Emergência em Diabetes
 
Dificilmente o seu animal será socorrido por uma equipe de médicos e enfermeiros veterinários treinados para tratamento de diabetes. Em caso de dúvida, sempre trate o animal como se ele estivesse passando por um quadro de hipoglicemia, a menos que você possa confirmar a taxa de glicose através de fitas dosadoras e do uso de um glucômetro.

Procedimento Obtenha uma pequena quantidade de sangue (de qualquer veia) e com o auxílio de um glucômetro/fitas, determine a taxa de glicose do sangue. Se a taxa de glicose estiver abaixo de 50, o animal está com hipoglicemia (um caso urgente que deve ser tratado o mais rápido possível). Seu cão apresentar uma taxa de glicose acima de 200 , trata-se de um caso de hiperglicemia.

Hipoglicemia A Hipoglicemia é um problema muito sério e pode levar a óbito caso não seja tratado de modo agressivo. A recuperação no animal em geral é rápida se o tratamento for eficiente e adequado.

1. Começar com glicose a 5%, IV.
2. Administrar 20ml/kg D10 (10% dextrose em solução fisiológica)
3. Re-checar a taxa de glicose repetidamente até que esteja no nível adequado.


Hiperglicemia Nos casos de hiperglicemia, é recomendável levar o animal o mais rápido possível para uma clínica veterinária ou hospital veterinário. Apesar de ser um quadro grave, em que a vida do animal está em jogo, a hiperglicemia permite que você disponha de mais tempo para socorrer o seu animal. Os mesmos tipos de insulina utilizadas em humanos, são utilizadas nos animais.


Cetoacidose Diabética

DCA, diabetes mellitus cetoácida (DMCA)
Animais Afetados: Cães e gatos.

Visão Geral
A cetoacidose diabética é uma das doenças metabólicas mais sérias, observadas tanto na medicina humana, quanto na Veterinária. A cetoacidose diabética, uma grave complicação da diabetes mellitus, caracteriza-se por uma elevada concentração de açúcar no sangue, a presença de substâncias conhecidas como corpos cetônicos na urina e concentrações reduzidas de bicarbonato no sangue. Alguns cães com cetoacidose diabética são afetados de forma leve pela doença, mas a maioria fica gravemente enferma e pode ter complicações sérias como problemas neurológicos em decorrência de inchaço craniano, insuficiência renal aguda, pancreatite e anemia. A cetoacidose diabética leva à morte em muitos casos, mas o diagnóstico correto e tratamento intensivo podem salvar vidas.

A cetoacidose diabética, às vezes, se desenvolve em cães com diabetes que não foi diagnosticada e tratada a tempo. Assim, é essencial a identificação da diabetes mellitus, ou de sintomas adicionais num animal reconhecidamente diabético, para evitar a ocorrência da cetoacidose diabética.

Sinais Clínicos Os sinais clínicos incluem poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso, letargia, anorexia e vômitos. Podem ocorrer complicações como anemia, anormalidades eletrolíticas, doenças neurológicas e insuficiência renal aguda.
Sintomas Os sintomas incluem aumento de sede e de apetite e micções mais freqüentes, perda de peso, cansaço, vômitos, perda de apetite, além de sintomas associados a um grande número de enfermidades que podem acompanhar ou provocar a cetoacidose diabética.
Descrição A cetoacidose diabética é provavelmente a complicação mais grave que pode se desenvolver em associação com a diabetes mellitus. Os corpos cetônicos são usados para a produção de energia na maior parte dos tecidos corporais e se formam, normalmente, quando ácidos graxos são liberados do tecido gorduroso e transportados para o fígado. Este então produz corpos cetônicos, a partir daqueles ácidos graxos. A produção excessiva de corpos cetônicos pode ocorrer na diabetes mellitus sem controle, e, enquanto as cetonas se acumulam, podem acontecer cetose e, eventualmente acidose. Os quatro maiores fatores que contribuem para a formação de corpos cetônicos na cetoacidose diabética são: deficiência de insulina, jejum, desidratação e aumento dos níveis de hormônios de "stress", tais como epinefrina, cortisol, glucagon e hormônio do crescimento.

A cetoacidose diabética ocorre com mais freqüência entre animais com diabetes mellitus não diagnosticada, mas também pode ser vista em cães com diabetes já estabelecida, mas que não estão recebendo insulina suficiente. Nestes casos, pode haver uma doença inflamatória ou infecciosa associada. Outros cães podem apresentar doenças relacionadas com a rejeição à insulina, como hipotireoidismo ou síndrome de Cushing. Os cães tanto podem ser apenas levemente afetados pela cetoacidose diabética, quanto podem estar perto da morte, ao tempo do diagnóstico.

A cetoacidose diabética se desenvolve de forma imprevisível e alguns cães diabéticos podem levar vidas normais por vários meses sem qualquer tratamento. Entretanto, uma vez instalada a cetoacidose diabética, a maioria dos cães fica gravemente doente em menos de uma semana.

A intensidade do tratamento depende de quão enfermo está o animal. Enquanto cães com cetoacidose diabética leve podem ser tratados com sucesso, por administração de soro intravenoso e insulina, os cães com manifestações graves da doença irão precisar de intervenção mais significativa. Terapia líquida e suplementação de potássio, bicarbonato e fósforo podem ser de vital importância. Qualquer enfermidade associada deve ser identificada e tratada especificamente, quando possível, para melhorar as possibilidades de cura da cetoacidose diabética. Complicações durante o tratamento de cetoacidose diabética são comuns e podem incluir hipoglicemia, sinais neurológicos em virtude de inchaço das células cerebrais e anormalidades eletrolíticas graves. Se a concentração sorológica de fósforo ficar muito baixa, pode ocorrer anemia, em decorrência de colapso dos glóbulos vermelhos. Também pode acontecer insuficiência renal aguda.

A cetoacidose diabética é uma das mais graves doenças metabólicas observadas, tanto em medicina humana, quanto em veterinária. Muitos pacientes morrem devido a ela. Entretanto, a maioria pode superar as crises com êxito, através de rápido diagnóstico e tratamento intensivo.

Diagnóstico O diagnóstico de cetoacidose diabética baseia-se nos sinais clínicos e na presença de altas concentrações sorológicas de glicose e corpos cetônicos na urina, além de concentrações sorológicas reduzidas de bicarbonato na corrente sanguínea. A cetoacidose diabética é leve quando cães com altas concentrações sorológicas de glicose e corpos cetônicos na urina parecem saudáveis, ou apenas têm sinais clínicos leves, ou ainda, têm decréscimo pequeno na concentração sorológica de bicarbonato. Estes cães não precisam de tratamento intensivo e devem ser postos em categoria diferente dos animais que têm cetoacidose diabética grave.

Cães com a forma grave da enfermidade têm altas concentrações sorológicas de glicose e corpos cetônicos na urina, reduções extremas da concentração sorológica de bicarbonato e muitas vezes apresentam sinais graves de doença.

Além dos resultados dos exames de concentração sorológica de glicose e da análise da urina, outros procedimentos-chave para o diagnóstico incluem gasometria do sangue, análise dos eletrólitos e níveis sorológicos renais. Além da análise urinária de rotina, deve ser feita cultura da urina em qualquer cão com cetoacidose diabética, já que as infecções do trato urinário são complicações bastante comuns nesta doença. O hemograma completo, sorologia do fígado e das enzimas pancreáticas, além da checagem dos níveis de colesterol e de triglicerídios, também devem ser obtidas. Radiografias do tórax e do abdômen e em condições ideais, uma ultra-sonografia abdominal, também deveria ser usada para investigar fatores anteriores ou relacionados, bem como outras anormalidades que poderiam requerer tratamento específico.

Prognóstico O prognóstico para a cetoacidose diabética é reservado. Entre cinco e dez por cento das pessoas com cetoacidose diabética morrem da doença. As taxas de óbito para cães podem ficar entre trinta e quarenta por cento em certas circunstâncias.
Transmissão ou Causa A cetoacidose diabética geralmente ocorre tanto em cães com diabetes existente mas não diagnosticada e deixada sem tratamento por longo tempo, ou em cães diabéticos já diagnosticados que estão sendo afetados por outro problema ou que estão tomando insulina em doses insuficientes.
Tratamento Cães relativamente saudáveis com cetoacidose diabética podem ser tratados com injeções de insulina cristalina, potentes, mas de efeito rápido para ajudar a manter os níveis de glicose sob controle. Pode levar alguns dias para os níveis de glicose e corpos cetônicos na urina caírem, mas não é necessário tratamento intensivo, enquanto a condição do cão estiver estável.

O tratamento de cães diabéticos deve ser bastante intensivo. A reposição gradual dos déficits líquidos e a manutenção do equilíbrio normal dos fluidos são fundamentais para o tratamento da cetoacidose diabética. Muitos cães melhoram substancialmente após o tratamento com soro intravenoso. Também pode ser necessária a suplementação de fosfato, já que as concentrações sorológicas de fósforo podem cair para níveis perigosamente baixos durante o tratamento da cetoacidose diabética, levando a complicações graves, como a destruição dos glóbulos vermelhos que provoca anemia. O bicarbonato é usado para ajudar a corrigir os distúrbios ácido-básicos. A insulina também é vital para o tratamento da cetoacidose diabética. Em alguns casos, é necessária a rápida reposição de líquidos, enquanto os níveis de glicose precisam de ajustes graduais.

Até que se obtenham concentrações sorológicas de glicose mais seguras, a maior parte dos cães com cetoacidose diabética é tratada com insulina cristalina normal, a forma mais potente e de efeito mais rápido da insulina, que pode ser administrada por via endovenosa ou no músculo, de hora em hora. Se o cão não está conseguindo se alimentar sozinho, pode-se adicionar dextrose ao soro para evitar queda significativa do nível de glicose, após o início da administração de insulina.

Doenças simultâneas devem ser identificadas e tratadas especificamente, quando possível. A pancreatite é muito comum na cetoacidose diabética, mas não há tratamento específico para ela.

Infecções bacterianas precisam ser identificadas e tratadas rapidamente. Geralmente, usam-se antibióticos se a infecção bacteriana ainda não foi confirmada, devido aos problemas que as infecções podem causar em casos de cetoacidose diabética. A insuficiência renal aguda também pode acompanhar a cetoacidose diabética e deve ser tratada intensivamente com soro. Pode ser necessária medicação para estimular a produção de urina, se esta for insuficiente.

As complicações mais freqüentes que ocorrem durante o tratamento da cetoacidose diabética incluem o desenvolvimento de hipoglicemia, distúrbios do sistema nervoso central, anormalidades eletrolíticas e anemia. O melhor meio de evitar estes efeitos colaterais é ter como meta à correção gradual das diversas anormalidades associadas a cetoacidose diabética. Se a correção das concentrações de glicose e anormalidades eletrolíticas for excessivamente rápida, pode levar ao inchaço das células cerebrais e a distúrbios neurológicos. As concentrações eletrolíticas precisam ser monitoradas com muito cuidado durante o tratamento da cetoacidose diabética, já que muitas vezes são necessários ajustes freqüentes do tipo e do fluxo do soro e da quantidade da suplementação de potássio. Deve-se prestar muita atenção também à concentração sorológica de fósforo, já que muitas vezes é necessária a suplementação para evitar a queda acentuada das concentrações sorológicas de fósforo e a anemia resultante.

Uma vez que o cão esteja estável, comendo e bebendo sozinho, pode-se iniciar a administração de tipos de insulina de efeito prolongado. Além disto, as medidas de manutenção como soroterapia e medicamentos podem ser suspensas, desde que não haja outras complicações e o estado geral continue melhorando. Eventualmente, o animal será capaz de voltar para casa com um regime de insulina para uso doméstico, bem como outros tratamentos para doenças adicionais que se apresentem.


Prevenção Não há método específico para a prevenção da cetoacidose diabética, mas o tratamento cuidadoso e o monitoramento dos cães diabéticos são essenciais. O reconhecimento dos sinais comuns de diabetes mellitus em cães - aumento da sede, da urinação, do apetite e perda de peso - também é importante para que se possa diagnosticar a diabetes simples e iniciar o tratamento apropriado, antes que se desenvolva a cetoacidose diabética. Deve-se evitar que o animal coma rações com muita gordura que podem provocar pancreatite e, posteriormente, cetoacidose diabética. Nos cães diabéticos, esteróides, como prednisona devem ser usados com muito cuidado, ou evitados, devido ao risco de rejeição à insulina e à associação freqüente da administração de esteróides com o desenvolvimento de cetoacidose diabética.

 

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