quinta-feira, 14 de março de 2013

AVES: PARASITAS



Aves e Parasitas
Ao contrário do que acontece com cães e gatos, não é tão comum as aves serem atacadas por parasitas. Contudo, o risco existe, sobretudo para aves mantidas no exterior. A inspecção regular das penas e fezes e a observação do comportamento da ave dão-nos sinais importantes para despistar este problema.

Parasitas internos


Os parasitas internos ou endoparasitas, são pequenos animais que vivem dentro do corpo da ave, seja no aparelho respiratório ou tracto intestinal. Podem afectar seriamente a saúde da ave ou até serem responsáveis pela morte da mesma se não forem eliminados a tempo. Existem vários tipos de parasitas e a identificação do tipo é importante para determinar o tratamento. O diagnóstico é geralmente feito através da análise das fezes ou sangue da ave.

Exemplos de parasitas internos

Protozoários

Os Protozoários são parasitas unicelulares que se podem alojar em diferentes zonas do corpo. A coccidiose é um dos protozoários mais comuns nas aves de estimação. Atacam as paredes do intestino, causando inflamações preocupantes. Os protozoários provocam fezes com sangue e diarreia. Outras espécies de protozoários, tais como o Cryptosporidium parvumou ou C. hominis, podem-se alojar também no sistema respiratório provocando descargas nasais, sinusite e tosse.

Nematódeos

Podem ser encontrados em várias zonas do corpo, tais como os pulmões, esófago, intestino e ainda na corrente sanguínea. Entre os nematódeos que mais atacam as aves estão o género Ascaridia e o Capillaria. Afectam particularmente os Periquitos e as Caturras, já que estas aves procuram comida no chão, onde pode haver material orgânico contaminado. Um anti-parasitário pode ser aplicado nas papas ou na bebida, mas as aves geralmente não gostam do sabor e podem por isso resistir à medicação. Assim que o tratamento começa a fazer efeito, geralmente encontra-se nas fezes das aves pequenos fios brancos que são os parasitas mortos.

Cestóides

Os cestóides não são tão problemáticos como os parasitas anteriores, mas podem ocorrer em aviários com flora. Para haver contaminação das aves é necessário que a ave coma um invertebrado que esteja parasitado. Se mantiver o aviário limpo, sem animais invertebrados, e der à ave insectos dos quais conhece a proveniência, a probabilidade de a ave ser atacada por cestóides é baixa.

Parasitas externos


Os parasitas externos ou ectoparasitas são animais pequenos, quase microscópicos que se alojam entre as penas das aves. Alguns têm todo o seu ciclo de vida alojado nas aves, outros recorrem a elas apenas para se alimentarem. O incómodo causado pelos parasitas faz com que a ave bique e arranque as penas. As penas podem também cair devido à acção dos parasitas. Inflamação e escamação da pele são também sintomas comuns.

Ácaros

Knemidocoptes – Ácaros responsáveis pela escamação da pele. Atacam sobretudo os Periquitos. Afectam as zonas onde a pele está mais exposta, junto aos olhos e na parte superior do bico. O tratamento com base de óleos vegetais é eficaz e se for detectado a tempo, as hipóteses de recuperação da ave são muito elevadas. Se os ácaros não forem eliminados, podem causar deformações no bico das aves. Estes ácaros não atacam os humanos.

Ácaro vermelho (Dermanyssus gallinae) – Ataca todo o tipo de aves. Desenvolve-se rapidamente sobretudo em aviários com más condições de higiene. As crias estão particularmente expostas a estes ácaros sugares de sangue, já que se o número de parasitas for elevado, rapidamente se podem tornar anémicas. Ao sugar o sangue, o ácaro vermelho deixa para trás parasitas que são introduzidos na corrente sanguínea. Estes parasitas contribuem para uma debilitação extra da ave.

Carraças

As carraças não são frequentes em aves de estimação, mas existem espécies que atacam exclusivamente aves. Não é difícil detectar uma carraça pois esta forma um alto bem visível sob a pele. As carraças podem geralmente ser encontradas na região da cabeça da ave e devem ser removidas assim que detectadas, caso contrário, podem mesmo ser fatais.

Piolhos

Os piolhos que se alojam nas penas das aves não representam qualquer perigo para os humanos. Mas para a ave são bastante incómodos. Geralmente os piolhos que atacam as aves ferram, alimentando-se de penas e pele. Os piolhos sugadores não são tão comuns nas aves de estimação. Os piolhos distinguem-se dos ácaros por terem um corpo mais longo, enquanto que os ácaros têm uma forma mais arredondada. Tal como ácaros, os piolhos podem ser facilmente eliminados com um produto próprio em spray. Informe-se junto do seu veterinário.

Pulgas

As aves também podem ser atacadas por pulgas, mas os casos reportados são raros. Para que a ave adquira pulgas é necessário que tenha estado em contacto com outras aves de maior porte onde as pulgas são mais comuns, como por exemplo, galinhas. As pulgas são parasitas maiores e acastanhados que se fixam nas zonas de pele mais exposta, especialmente junto aos olhos da ave. Um anti-parasitário é suficiente para resolver o problema.

Sinais de parasitas


Os parasitas são um incómodo para a ave. Os parasitas externos fazem com a ave comece a catar-se com mais frequência e até a arrancar penas na tentativa de os eliminar. Alguns destes parasitas sugam o sangue, causando anemia. Contudo, é a debilidade das penas geralmente o primeiro sinal de parasitismo.

Os parasitas internos podem alojar-se no sistema respiratório e causar falta de ar ou dificuldade a respirar. Os que se fixam no tracto intestinal dificultam a absorção de nutrientes e em números elevados podem provocar a morte. Letargia, cansaço e aspecto débil são os sintomas mais comuns provocados por parasitas internos.

Preocupações Extra


A eliminação de parasitas não passa apenas por medicar a ave. É importante lavar e desinfectar tudo o que esteve em contacto com a ave, gaiola, comedouro, bebedouro, brinquedos, etc., para que os parasitas não voltem a atacar.

Para além disso, a dificuldade em eliminar os parasitas reside no facto de os produtos serem eficazes em determinados períodos de vida dos parasitas e ineficazes noutros. Por exemplo, raros são os produtos que eliminem os ovos dos parasitas, daí que seja importante prolongar a desparasitação durante algum tempo para que os parasitam se desenvolvam até à idade adulta e sejam por fim, eliminados.

Prevenção


A limpeza da ave, dando-lhe os acessórios necessários para fazer a sua higiene - banheira e água limpa - e a limpeza do aviário/gaiola de forma a impedir que a ave entre em contacto com as suas fezes são a melhor forma de impedir casos de parasitismo.

Outra fonte de contágio é a introdução de novos indivíduos com parasitas num aviário comum. Assim sendo, sempre que adquirir uma nova ave, leve-a ao veterinário para despistar esta e outras doenças e mantenha-a separada dos outros indivíduos caso tenha suspeitas.

A ingestão de invertebrados já parasitados pode também transmitir parasitas à ave. Por isso, não alimente a ave com animais recolhidos da natureza, crie em casa alimento para ela ou compre em lojas de confiança os insectos de que a ave necessita.

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