quarta-feira, 13 de março de 2013

DISTÚRBIOS DA PELE


I. Fiosiologia
A pele participa na regulação da temperatura e da pressão sangüinea, evita a perda de fluidos e eletrólitos. Serve de barreira contra agentes físicos, químicos e microbiológicos, produz Vit D, é um órgão sensorial e armazena lipídeos, água, vitaminas, carboidratos, proteinas e outros nutrientes. A pele pode também refletir doenças sistêmicas de infecções generalizadas a doenças nutricionais, e o desenvolvimento de lesões cutâneas dependem do local e de fatores sistêmicos.
Histologia:
Epiderme composta por:
Estrato basal - camada germinativa, mais profunda - uma única camada de células mais cúbicas do que colunares. São mitóticamente ativas, parcialmente devido ao rítimo cicardiano.
Estrato espinhoso composto por 1 ou mais camadas de células poligonais, pontes intercelulares ou projeções espinhosas.
Estrato granuloso: composto de queratinócitos planos nucleados, que são diferenciados pelos grânulos de queratohialina azul-escuro.
Estrato córneo - composto de muitas camadas de células planas terminalmente diferenciadas, mortas.
Derme:
Superficial (=derme papilar do humano) por possuir camadas mais finas de colágeno que a profunda.

Colágeno elastina, glicosaminoglicanas (ácido hialurônico e sulfato de dermatan) são produzidos por fibroblastos dérmicos. Proteoglicanas são importantes na manutenção da hidratação da pele.
Além de fibroblastos encontram-se:
Mastócitos - residem logo abaixo dos vasos sangüineos e são extremamente variáveis em número e em diferentes localizações anatômica nas diferentes espécies. São células do tecido conjuntivo e tem uma função importante na iniciação de processos de resposta imune das células imunes aos vasos dérmicos. Linfócitos T, células dendríticas e macrófagos estão presentes ao redor das vênulas pós-capilares.
Vasculatura dérmica é dividida em plexos intercomunicantes superficial, mediano e profundo - junções dérmicas. O plexo mediano se encontra a nível de glândulas sebáceas, e o plexo superficial envia enovelados capilares à junção dermo-epidérmica. Linfáticos estão presentes na derme superficial e ao redor dos anexos, ams não visíveis em parafina.
Anexos da pele:
Folículos pilosos, músculo eretor do pêlo, glândulas sudoríparas, sebáceas, e estruturas especializadas (sacos anais, divertículos bilaterais localizados entre o músculo interno e externo do esfincter anal, têm ductos que se abrem em direção ao ânus, ao nível de junção anocutânea.
Glândulas circumanais (hepatóides, perianais) ocorrem mais comumente perto do ânus, mas também na pele próxima ao prepúcio, cauda, flanco e virilha.
Tec. subcutâneo ou Panículo adiposo: hipoderme -- formado por tecido adiposo e fibras colágenas e elásticas, responsáveis pela flexibilidade.



II. Histopatologia da derme
Alterações epidérmicas:

Hiperqueratose - espessamento aumentado do estrato córneo. Ortoqueratótico: anuclear e paraqueratótico (nucleado), referidos como hiperqueratose e paraqueratose respect. São encontradas em dermatoses crônicas
Necrose: morte das células epidérmicas em um animal vivo, o núcleo sofre picnose, cariorrexia, ou cariólise. Ocorre tumefação das organelas, rutura da membrana plasmática… reação inflamat. Aguda… liber, de IL1….Causas de necrose: agressão física, lacerações, queimaduras térmicas, química dermatite irritante de contato e isquêmica vasculite, tromboembolismo.
Hipoplasia:redução do némero de células - hiperadrenocorticismo dos caninos e felinos.
III. Alteração na união entre as células epidérmicas
Edema: pode ser inter ou intracelular
Intracelular é chamado de espongiose: degeneração hidrópica vacuolar resulta em tumefação celular que quando acentuado leva à rutura das células

ou balonosa (doenças virais - poxvirus as células tumefeitas perdem suas ligações intercelulares
Intercelular - resulta na formação de vesículas espongióticas e é comum nas dermatoses inflamatórias.

Acantólise - perda de coesão entre as células epidérmicas. Ocorre a partir da formação de anticorpos contra os constituintes proteicos dos desmosssomos, em doença como o pênfigo foliáceo e vulgar. Também ocorre secundariamente a danos..
Vesículas - bolhas - cavidades preenchidas por líquidos, podem se formar a partir da acantólise, edema na epiderme ou derme, degeneração das células basais, ou outros processos como trauma
IV. Lesões inflamatórias da pele:
Exocitose: migração de eritrócitos (trauma, distúrbios circulatórios como vasodilatação acentuada e vasculite) ou de leucócitos para dentro da epiderme. Está normalmente acompanhada de espongiose.
Pústula: microabscessos - vesículas preenchidas por células inflamatórias, dependendo da localização. Nas bacterianas superficiais, geralmente contém neutrófilos, degenerados e bactérias cocóides e estão localizadas sobre o estrato córneo.
Crostas: exsudato dessecado na superfície epidérmica e indicam um processo exsudativo prévio. Ocorrem na dermatofilose onde as crostas são ricas em Dermatophilus..dermatofitose também.
V. Derme:
Atrofia - diminuição das fibrilas de colágeno - doenças catabólicas que levam à degradação de proteina: hiperadrenocorticismo em cães e gatos.
Fibroplasia - aumento da quantidade de colágeno e se desenvolve como uma resposta a uma série de agressões particularmente a ulceração.
Displasia do colágeno: doença hereditária em que ocorre anormalidade do colágeno.

Elastose solar: humano
Degeneração do colágeno: caracterizada pela agranularidade e afinidade tintorial aumentadas. Picadas de insetos, mastocitomas e granulomas eosinofílicos.
Lise do colágeno: dissolução das fibrilas de colágeno,
ocorre conseqüente à isquemia e infecções microbianas e parasitárias. Processos crônicos (granuloma eosinofílico)
Distúrbios caracterizados por depósitos na derme:
Amilóide - deposição de proteina primária ou secundária às infecções crônicas, destruição tecidual ou neoplasias plamocitárias.
Mucina - componente normal da matriz extracel da derme. Depósito - pele espessada e tumefeita mixedema do hipotireoidismo.
Cálcio pode se acumular secundariamente (calcificação distrófica) ou metastática - alteração do emtbolismo de cálcio, fósforo e Vit D.
V.a Distúrbios inflamatórios da derme
Dermatite - infiltrado perivascular, liquenóide: interfacial ou difuso - infiltrado liquenoide obscurece a junção dermo-epidérmica.
Dependendo do infiltrado: dermatite perivascular eosinofílica - hipersensibilidade dermatite liquenóide e linfocitária - Lupus eritematoso, dermatite nodular e granulomatosa - infecção por bactéria álcool-ácido resistente.
V.b Distúrbios inflamatórios dos anexos e panículo
Perifoliculite: pode ocorrer com a foliculite
Foliculite: inflamação do folículo piloso, incluindo a parede e o lúmen

Superficial e profunda
Causas específicas da furunculose (furunculite perfurante): Demodex, Microsporum, Trichophyton.

Reações adversas a drogas ou picadas de insetos, complicação secundária nas dermatoses pruriginosas.

Adenite sebácea: inflamação das glândulas sebáceas - foliculite, demodicose, leshmaníase. Reação inflamatória específica tendo como alvo as glândulas sebáceas é mais comum em caninos.
VI. Doenças congênitas e hereditárias
Congênitas: hipotricose congênita do feto - deficiência nutricional de iodo na dieta da mãe.
Hereditária: transmitida geneticament mas nem sempre se manifesta ao nascer, a dermatomiosite cutânea familiar, pode manifestar até 8 semanas de idade.

Acantose nigricante: Afeta cães Dauschund. Lesões macro: hiperpigmentação axilar bilateral, liquenificação e alopecia. Micro: pele espessada pela acantose.
Displasia do colágeno: grupo heterogêneo de doenças no que diz respeito a aspectos clínicos, genéticos e bioquímicos. A pele sofre laceração facilmente.
VII. Doenças relacionadas ao meio ambiente:
Fotossensibilização:

Ocorre quando a luz ultra-violeta de comprimento de onda longo ou, menos freqüentemente, luz visível é absorvida por um agente químico fotodinâmico que se deposita na pele. Esses raios luminosos também podem ser assimilados por um complexo formado por uma molécula fotodinâmica e um substrato biológico que ativa uma substância fotodinâmica.

A fotossensibilização pode ocorrer: Fotossensibilização primária associada à ingestão de substâncias fotodinâmicas exógenas, contidas em várias plantas, como Hyperecium perforatum (erva de S. João) e Fagopirum sagittatum (trigo mourisco), ou a planta Ammi majus ou plantas contaminadas por fungos. Administração de fenotiazina, tetraciclinas, tiazidas ou sulfonamidas também podem causar fotossensibilizaçãoI

Hepatógena - induzida pela filoeritrina
Macro: as lesões se localizam em áreas de pouca proteção da luz solar, sem cobertura de pelagem ou velo muito densos, ou de melanina, no bovino as áeras mais claras da pele são mais suscetíveis, Holstein - a pele branca é afetada. As partes sem muito pelo, tetas, mama, períneo, e narinas também são afetadas, a superfície ventral da língua é freqüentemente afetada se o focinho é lambido constantemente. Em ovelhas os sítios mais acometidos são orelhas, pálpebras, face, focinho e rodete coronário. O edema bastante marcado da cabeça - cara inchada. Inicialmente há eritema e edema, seguido da formação de vesículas, exsudação, necrose e descamação de restos necróticos e ceratite em alguns animais.

Micro: vesículas subepidérmicas, e subseqüente ulceração e infecção secundária.
Dermatite de contato:

Há 2 formas: imunomediada e por contato direto com as substâncias irritantes como ácidos, ácalis, sabões, detergentes, plantas irritantes, e aplicação de medicamentos.

Em cães e gatos as lesões se desenvolvem nas regiões: áreas glabras da pele do abdômen, axilas, flancos, espaços interdigitais, região perianal, face ventral da cauda, peito,membros, pálpebras e patas. Macro: placas e pápulas e eritematosas e raramente vesículas.
Ergotismo

Ingestão de alcalóides tóxicos do fungo Clavices purpurea junto com sementes de gramíneas e cereais. Esses alcalóides causam vasoconstrição periférica, de artérias e veias, provocando lesões do endotélio capilar e trombose e isquemia tecidual subseqüente. Começam a aparecer as lesões após 1 semana de consumo do alimento ou pasto contaminado. Inicialmente há edema e hiperemia das extremidades, particularmente dos membros posteriores, na ponta das orelhas e cauda observa-se gangrena seca podendo haver despreendimento de tecido necrótico.

Causas físicas - dermtite por lambedura - dermatite psicogênica de cães. Afeta 1 extremidade (acral) carpo, metatarso, tíbia e rádio.

Calo; área elevada, em forma de placa, de superfície irregular, que se forma devido à fricção a superfícies, especialmente sobre proeminências ósseas sobre o esterno.

Intertrigo - dermatite das pregas cutâneas

Lesão secundária à irritação e proliferação bacteriana em áreas da pele sujeitas a fricção e umidade por ação de lágrimas, saliva, secreções glandulares, cutâneas e urina. As lesões podem ser observadas nas pregas da face (raças braquicefálicas), lábios (comum em raças que têm os lábios grandes, por exemplo São Bernardo), corpo (Shar Pei), vulva (cadelas obesas com a vulva pequena) e cauda (cães com cauda em forma de sacarrolha (Buldog inglês). Vacas que têm o úbere grande e pêndulo e ocorre entre este e a face medial da coxa (dermatite úbere-coxa). Em casos graves pode haver despreendimento da pele e do tecido subcutâneo.
Causas infecciosas:

Viral:
Poxvirus - são epiteliotrópicos. Raramente infecta cães e gatos. As lesões ocorrem secundariamente à invasão viral do epitélio, por necrose isquêmica devido à lesão vascular e por estimulação do DNA da célula do hospedeiro levando à formação de nódulos hiperplásicos ou neoplasias benignas. As lesões seqüencias; mácula, pápula, vesícula (de gravidade variável), pústula umbilical, crosta e cicatriz. Os ovino e caprino são mais patogênicos.

Ectima contagioso

Herpesvirus não dermatotrópicos - herpesvirus bovino 1 e exantema coital eqüino (herpesvirus eqüino 3) podem cursar com lesões cutâneas. Macro: vesículas, intraepidérmicas associadas à degeneração e acantólise das células epiteliais da epiderme. Pode haver a formação de células sinciciais

Virus da mamilite herpética:

Herpesvirus bovino -2

Vírus dermatotrópico que pode causar doença generalizada (dermatose pseudonodular infecciosa), afeta mais comumente vacas leiteiras em lactação, mas pode também acometer vacas de corte, novilhas prenhes, e terneiros em amamentação. Provoca redução na produçãoleiteira além de mastite. As lesões ocorrem nos tetos e na pele próxima ao úbere, ou ocasionalmente períneo. Terneiros podem apresentar lesões no focinho.

Febre aftosa; estomatite vesicular, doença vesicular dos suinos, e exantema vesicular

Felinos infectados pelo virus da leucemia felina ou imunodeficiência felina.
Infecções bacterianas:

Superficiais - piodermites superficiais - epiderme - eritema, alopecia, pápulas e pústulas orientadas no sentido dos folículos, crostas. Micro: dermatite entra-epidérmica e foliculite supurativa

Impetigo (dermatite pustular superficial)

Cães, gatos, leitões, vacas, cabras e ovelhas. O agente é o Staphylococcus coagulase positiva associado a fatores pré-disponentes: abrasão, infecções virais (cinomose) e má nutrição.

Outra forma - impetigo bolhoso - cães velhos acometidos por enfermidades debilitantes - hiperadrenocorticismo - imunossupressão.

Vacas, cabras e ovelhas ocorre mais no úbere. Bactérias mais comuns - Streptococcus e Pasteurella . Gatos excesso de zelo da mãe (lambeduras) Macro: pústulas que formam crostas, principalmente nas áreas glabras da pele, menos os gatinhos.

Epidermite exsudativa dos suinos - dermatose causada Staphylococcus hycus, pode acometer leitões recém-nascidos - dermatite aguda e fatal, ou mais leves em leitões mais velhos. É produzida uma exotoxina no curso da enfermidade. Pode ser responsável pela erosão focal do estrato córneo, formação de exsudato marrom e pela dermatite ao redor dos olhos, pavilhão auricular, focinho, mento e face medial das coxas, disseminando-se para as porções ventrais do tórax e do abdômen. Essas lesões colaescem rapidamente, tornando-se generalizadas, resultando num exsudato mal cheiroso sobre a pele avermelhada. Se o leitão sobreviver esse exsudato sofre dessecação, formando rachaduras e fissuras.

Infecções profundas:

Foliculite e furunculose; mais em cães, piodermite profunda do Pastor alemão - pré-disposição genética - regão abdominal, lombossacra, e face interna da coxa.fatores como hipersensibilidade a pulgas, ou alterações no sistema imune ou dos neutrófilos.

Abscessos subcutâneos - coleções localizadas de exsudato purulento localizado na derme ou tecido subcutâneo. São comuns em gatos devido à contaminação bacteriana freqüente de feridas perfurantes. O exsudato pode estar circundado por cápsula de colágeno e fibroblastos. Estão envolvidas as bactérias comuns da cav.oral. Pasteurella, Fusobacterium.

Dermatite granulomatosa bacteriana: Micobactérias produzem lesões granulomatosas ou piogranulomatosas em bovinos, cães e gatos.

Bootriomicose: Staphylococcus aureus - grânulos de enxofre - colônias bacterianas no centro e material eosinofílico homogêneo dispostos como colônias radiadas ou corpos asteróides.

Pododermatites bacterianas:

Necrobacilose - podridão contagiosa dos cascos - bovinos e ovinos. Causada pelo Bacteroides nodosus e Fusobacterium necrophorum

Podridão (foot-root) - fatores pré-disponentes como umidade e traumatismo. B. nodosus elabora fatores de estimulação ao crescimento que auxiliam a bactéria penetrarem na epiderme e estimulam o crescimento bacteriano do Fusobacterium necrophorum - necrose e inflamação.

Infecções micóticas

Dermatofitose - Epidermophyton, Microsporum e Tricophyton

São mais contagiosas que outras infecções fúngicas, comuns em ambientes quentes e úmidos, de distribuição mundial e afeta seres humanos e animais, principalmente felinos.

Dermatófitos invadem os tecidos queratinizados (estrato córneo, haste de pelos e unha) a partir de enzimas queratolíticas (queratinase e lipase) que facilitam a penetração dos fungos na camada de lipídio.

Lesões: o material produzido pelos dermatófitos irrita aderme e causa lesão na epiderme, associados às citocinas, provocam: hiperplasia da epiderme, (hiperqueratose, paraqueratose e acantose) que é acompanhada de reação inflamatória. Inicialmente, dermatite vascular superficial, formação de microabscessos intracorneais, foliculite, furunculose, infecção bacteriana pode se associar e agravar. Observa-se áreas de alopecia, circulares, irregulares acompanhadas da formação de crostas ou escamas, essas lesões coalescem e envolvem grandes áreas do corpo. Podem ocorrer pápulas e pústulas foliculares. Os fungos não sobrevivem no centro e ficam na periferia, formando um anel de vermelhidão periférica (ringworm). As unhas podem se apresentar quebradiças, ou se despreendem dos dígitos,
Micoses subcutâneas

Esporotricose: Sporothrix schenckii - formas: cutânea, cutânea-linfática e disseminada, afeta eqüinos, bovinos, felinos e caninos. Nódulos cutâneos ulceram e fistulam no local da implantação traumática e ao longo dos linfáticos, mas a disseminação visceral é pouco comum. São microorganismos ovóides ou alongados (em forma de charuto), nos gatos tendem a ser mais numerosos.

Zigomicose: ficomicose, mucormicose - doença que afeta eqüinos, causada pelo Basidiobolus haptosporus, que afeta principalmente eqüinos. Uma enfermidade semelhante em cães e eqüinos é a pitiose causada pelo Pythium, m.o. semelhante à fungo do reino protista, filo Oomycetos. Animais de áreas quentes e úmidas (alagadas), as lesões são principalmente observadas na cabeça, membros, e comumente parte ventral do tronco, no entanto cães podem desenvolver na região dorsolombossacral (associada à dermatite por pulgas). A lesão é exsudativa, de forma às vezes circular, sendo característica a presença de tecido de granulação contendo uma material necrótico amarelado com hifas, com bordos recortados, que podem ser removidos das áreas granulomatosas. Micro: as lesões são ricas em eosinófilos, fungos nas áreas de necrose e grande neovascularização e fibrose.

Micoses sistêmicas

Os pulmões são normalmente os locais preferidos dessas, mas podem haver infecção cutânea e subcutânea. Incluem: blastomicose, coccidiodomicose, criptococose e histoplasmose. Macro: há formação de1 ou mais nódulos, que sofrem ulceração, formando fístulas de drenagem. Micro: essas lesões correspondem a granulomas e piogranulomas.
Reações de hipersensibilidade;

Atopia; dermatite atópica, alérgica e inalantes. Ex. de hipersensibilidade tipo I

Via de exposição ao alérgeno é predominantemente respiratória (em cães) e a pele é o principal órgão alvo em cães, gatos e cavalos.

Animais atópicos desenvolvem prurido, os cães afetados esfregam a cara e lambem as patas, também podem desenvolver piodermite ou seborréia secundária

Cavalos apresentam prurido na cabeça, pavilhão auricular, ventre, membros e base da cauda ou uma urticária recidivante.

Gatos: prurido na face, pavilhão auricular ou generalizado, dermatite miliar, complexo granuloma-eosinofílico, e alopecia simétrica.

Diagnóstico: teste cutâneo intra-dérmico.

Dermatite alérgica de contato: hipersensibilidade tipo IV, ocorre pelo contato com substâncias químicas como corantes de anilina em carpetes, resinas de plantas, e plásticos das tigelas de comida. Levam a lesões pruriginosas, fazendo com que os animais se auto-traumatizem.

Reações auto-imunes:

Pênfigo: abrange um grupo de doenças vesiculares caracterizadas por acantólise, que ocorre pela ligação de auto-anticorpos às proteinas dos desmossomos com conseqüente perda de coesão (acantólise) entre as células e formação de vesículas.

Pênfigo vulgar: forma mais grave. Afeta cães e gatos e caracteriza-se pela presença de vesículas ou bolhas. Essas lesões ocorrem na cavidade oral, junção mucocutânea, e pele. Micro: vesículas suprabasilares.

Pênfigo foliaceo: manifestação mais branda, cães, gatos, cavalos, e caprinos, sendo mais freqüente que o anterior. As lesões podem ser localizadas - focinho, região periocular, pavilhão auricular, coxins plantares e ao redor das unhas ou generalizadas. Nessas observa-se dermatite vesicular ou pustular e simétrica com formação de escamas, crostas, alopecia e erosões superficiais. Micro: pústulas intragranulares ou subcorneais e crostas multilaminadas. Em ambas as lesões células acatolíticas.

Doenças metabólicas da pele:

Hipotireoidismo; cães com atrofia idiopática da tireóide etireoidite linfocitária. Macro: alopecia endócrina, mucina dérmica aumentada causando espessamento da derme (mixedema) e acantose.
Hiperadrenocorticismo:

Lesões de pele e ocorre principalmente em cães e gatos, devido a um excesso de hormônios, de origens diferentes (hiperplasia cortical adrenal secundária a neoplasia de pituitária, neoplasia funcional do córtex adrenal ou administração de glicocorticóides exógenos,. Em cães, as lesões de pele incluem alopecia, endócrina, adelgaçamento da pele, maior suscetibilidade a hematomas e infecções..
Hiperestrogenismo:

Caninos de ambos sexos: Fêmeas, o estrogêneo pode ser secretado por cistos ovarianos, raramente neoplasia ovariana. Em machos, tumor testicular funcional das células de Sertoli, a administração iatrogênica de estrogênios. Cães podem desenvolver ginecomastia, prepucio pendular, ou aumento da próstata devido à metaplasia escamosa dos ductos. As lesões micro: hiperqueratose e acantose da epiderme e do epitélio do infundíbulo folicular e presença de folículos telógenos.
Dermatopatia diabética:

Cães mais velhos associada ao diabete melito, disfunção hepática e lesões pancreáticas que raramente incluem tumores de Ilhotas de Langerhans que secretam Glucagon.

As lesões consistem na formação de escamas, crostas, fissuras ou ulcerações. As lesões histológicas são diagnósticas: espessamento trilaminar da epiderme, na camada mais externa apresenta paraqueratose, a camada intermediária, edema (degeneração), e vacuolização, e a camada mais interna, hiperplasia.

Doenças nutricionais da pele:
Deficiência de zinco:

Principalmente em suinos e cães, pode ser por dietas contendo concentrações elevadas de ácido fítico que se liga ao zinco, concentrações baixas de zinco e altas de cálcio ou por anormalidades hereditárias absortivas ou metabólicas.

As lesões são de pápulas eritematosas, circunscritas, placas, escamas e crostas espessas e fissuras distribuídas ao longo da face ventral do abdomen e medial das coxas. Alguns suinos apresentam lesões simétricas generalizadas particularmente na parte distal dos membros, região periocular, pavilhão auricular, focinho, escroto e cauda. As lesões histológicas: paraqueratose, hipergranulose, acantose e hiperplasia pseudo-epiteliomatosa. Ocorre também dermatite e foliculite pustular com invasão bacteriana secundária.
Dermatose responsiva ao zinco: cães de raças de grande porte (Husky Siberianos e Malamute do Alasca) - formação de escamas e de crostas na pele ao redor da boca, mento, olhos, articulações, escroto, prepúcio ou vulva. Micro: paraqueratose difusa, acentuada e se estende para os folículos pilosos.

Deficiência de zinco em ruminantes:

Bovinos, ovinos e caprinos - escamas e crostas na face, pescoço, extremidades distais e junções mucocutâneas. Micro - paraqueratose.
Deficiência de cobre:

Cobre é componente essencial da enzima tirosinase, animais com deficiência têm pêlos ou a lã despigmentados. Ovelhas negras surgem faixas de lã despigmentadas em faixas, em bovinos - óculos, a cor da pelagem pode estar alterada para o marrom-avermelhado.
Deficiência de Vit E

Felinos com deficiência ou que consomem dieta com excesso de ácido graxo podem desenvolver esteatite. Macroscopicamente; massas nodulares, firmes, amareladas ou alaranjadas no tecido subcutâneo. Micro: paniculite granulomatosa lobular ou difusa com macrófagos e células gigantes, necrose do tecido adiposo, edema, infiltrado neutrocitário e ceróide.
Deficiência de Vit A

Cães com lesões escamosas generalizadas e micro, hiperqueratose folicular aumentada.

Distúrbios do crescimento ou da diferenciação da derme
Complexo das doenças seborréicas

A seborréia é um complexo de doenças crônicas que está associado a diversas alterações: anormalidades na cornificação e/ou função das glândulas sebáceas, quantidade elevada de ácidos graxos livres e de colesterol, redução na quantidade de ésteres de ceras nos lipídeos de superfície e desequilíbrio na flora bacteriana não patogênica da pele com predomínio de estafilococos não patogênicos coagulase positiva. Ocorre mais em cães, sendo mais freqüente em cavalos e gatos. Clinicamente, a seborréia pode ocorrer sob 2 formas: a seca, com pele ressecada e recoberta por escamas brancacentas ou acinzentadas ou forma gordurosa com formação de escamas associadas a grande quant. de gordura marrom ou amarelada que se adere na pele e nos pelos.

Seborréia secundária: distúrbios cutâneos não relacionados como alergia, ectoparasitose

Adenite sebácea: lesões inflamatórias comuns nas glândulas sebáceas, alopecia e hiperqueratose. Está provavelmente associada à etiologia imunomediada
Distúrbios caracterizados por infiltrados eosinofílicos

Placas eosinofílicas - lesões de pele comum em gatos granuloma eosinofílico. Lesões granulomatosas e eosinofílicas associadas à degeneração do colágeno (colagenólise) ocorrem em felinos, caninos e eqüinos. Qualquer degeneração do colágeno acompanhada de desgranulação de eosinófilos como reações a parasitas, corpos estranhos ou em mastocitomas.

Piodermite juvenil, celulite juvenil: cães com menos de 4 meses (causa desconhecida)- dermatite nodular e pustular acompanhada de edema de face, orelhas, e junções mucocutâneas. Micro: perifoliculite, dermatite e paniculite granulomatosas ou piogranulomatosas.

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