quinta-feira, 14 de março de 2013

CONTROLE E TRATAMENTO DA DISPLASIA

Controlo e Tratamento da Displasia
Sendo uma doença hereditária, a displasia poderia ser eliminada, ou pelo ver a sua incidência reduzida, se os cães que apresentassem esta malformação não pudessem procriar. Contudo, devido à sua grande incidência nas raças de porte grande e gigante e ainda em algumas de porte médio isto provocaria uma redução significativa dos exemplares aptos para a procriação o que aumentaria a consanguinidade nas cruzas e a redução da variedade genética disponível. A resistência de alguns criadores prende-se sobretudo neste ponto: o aumento da consanguinidade poderia por sua vez provocar outras doenças genéticas. Para além disso, alguns criadores argumentam que um cão com displasia leve pode ter outras características preciosas para o gene-poll da raça. 
 De qualquer das formas, o controlo da displasia passa por não deixar procriar cães com displasia, apesar de isso poder influenciar outras características da raça. Cabe aos clubes e organizações pesar os prós e contras e definir qual o ponto a partir do qual não é aceitável cruzar os animais. Um grande passo para diminuição da incidência da displasia, seria acabar com os cruzamentos “à margem da lei” feitos por quem não tem conhecimentos suficientes e que acaba por cruzar dois cães displásicos
Tratamento

Sendo um problema de ordem genética, torna-se difícil poder curá-lo. Existem diversificadas formas de tratamento cirúrgicas e não cirúrgicas. Um cão com displasia deve ser acompanhado por um veterinário que decidirá qual a melhor opção para o seu caso específico. A displasia é um problema que evolui ao longo da vida do animal, por isso é aconselhável visitas regulares ao veterinário e ainda uma observação atenta por parte do dono para que possa identificar alguma alteração no comportamento do cão.

Não cirúrgicos

Este tipo de tratamentos é utilizado em cães com displasia leve ou moderada. Visa sobretudo reduzir a dor e dar ao cão qualidade de vida. O plano de tratamentos passa pelo controlo do peso do cão, realização regular de exercício (natação e caminhadas) e administração de anti-inflamatórios. Fisioterapia é também uma opção a considerar.

Para além disso, o veterinário pode mostrar-lhe como massajar o cão: seja meigo com o animal, não se esqueça de que ele tem dores, apesar de não o mostrar. Comece de forma gradual a acariciar a zona da anca e depois com movimentos circulares trabalhe a zona da articulação.

Evite degraus, usando rampas. Não faça o cão saltar. Compre tigelas para a comida elevadas, para que o cão não tenha de se baixar para comer.

Existem ainda outras respostas não médicas, tais como a acupuntura, cuja eficácia ainda não está cientificamente comprovada.

Cirúrgicos

As técnicas cirúrgicas destinam-se a corrigir a malformação da anca. Os procedimentos mais comuns e mais eficazes são:

Osteotomia Tripla
Em cachorros, até aos 12 meses, pode-se recorrer a esta cirurgia, desde que não apresentem artrite. A pélvis é cortada (osteotomia = cortar osso) em três zonas distintas - púbis, ísquion e ilíon – e depois rodada no grau desejado. Para a manter nesta posição é aplicada uma placa e parafusos ortopédicos. A cirurgia demora entre uma a duas horas, mas o cão geralmente fica internado durante 24 horas.

O exercício deve ser limitado durante os primeiros três meses, tempo após o qual o cachorro já poderá ir à rua com regularidade. Durante as primeiras três semanas, o cão não deve sair à rua. Até aos dois meses, os passeios devem ser o mais limitados possível, apenas dando oportunidade ao cão de fazer as suas necessidades. Poderá ser necessário tomar antibióticos, caso o veterinário os receite. Não mantenha o cão num piso escorregadio. Esta operação é bem sucedida em 90% dos casos.

Prótese Total da Anca
Este procedimento é praticado apenas em cães com mais de dois anos, uma vez que os ossos necessitam de estar bem formados para suportarem os implantes. Não só com o objectivo de minimizar a dor, mas também de devolver a funcionalidade à anca e corrigir os erros genéticos, a cabeça do fémur é substituída. Esta operação tem uma alta taxa de sucesso, mas devido à sua complexidade convém seleccionar bem o veterinário para a fazer. A cirurgia demora entre duas a três horas.

No mês seguinte à cirurgia, os movimentos do cão devem ser limitados. Se o cão completar ano e meio com a prótese sem qualquer problema, então em princípio não necessitará de mais intervenções.

Dartroplastia
É um procedimento mais recente, para cães jovens que não têm as condições necessárias para uma Osteotomia Tripla ou Prótese Total da Anca. É uma cirurgia demorada, que pode levar 5 a 6 horas a ficar concluída, e ainda é considerada experimental. O objectivo é reduzir a dor sentido pelo cão através do transplante de osso da pélvis para reconstruir a articulação.

Osteotomia da Cabeça do Fémur
A excisão da cabeça do fémur é um procedimento utilizado em último recurso. Apesar de eliminar a dor e consequente permitir que o animal se sinta confortável, a mobilidade do animal fica reduzida. Os cães conseguem andar sem dor, mas não conseguem voltar a correr e a saltar normalmente. Os cães mais leves são os melhores candidatos a esta operação.


No que diz respeito à displasia, a melhor cura é a prevenção e a melhor prevenção é saber a quem está a comprar o cão. Escolha sempre um criador responsável e de qualidade.

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